São escritos por juízes, ilustrados por juízes, com fotografias tiradas por juízes, no âmbito de um projeto organizado por juízes. É assim que é apresentado o livro com 16 contos escritos por 16 juízes, o “Tribunal de Contos”, apresentado esta sexta-feira no Tribunal da Relação de Lisboa.
O livro resulta de um concurso literário “O Outro Lado da Escrita”, promovido pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses, que lançou o desafio aos magistrados de escrever um conto. Agora, 16 deles foram escolhidos e reunidos neste livro, incluindo os quatro premiados e os cinco distinguidos com menções honrosas pelo júri. A juíza desembargadora Eleonora Viegas, responsável pela organização do livro, adianta, num comunicado, que há neste livro “histórias que tanto confirmam o trabalho de um juiz, como nada têm a ver com o tema”.
Na vida de um juiz não há apenas processos e julgamentos – tal como na vida de um escritor não há apenas o trabalho da escrita”, afirma a juíza desembargadora.
Editado pela Almedina, o livro já vai na 2.ª edição e as receitas revertem para a Casa do Juiz. O prefácio é escrito pelo juiz conselheiro Álvaro Laborinho Lúcio, que lembra que os juízes e juízas que “sofrem a expectativa da decisão, compreendem, agora deste lado, o justo e o injusto das avaliações alheias”.
Vivem, na própria pele, a vitimização de quem se sabe na dependência inelutável de outrem”, escreve ainda. O objetivo é que este seja o primeiro livro de uma coleção.
Os contos e os juízes autores
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- “A casa encantada” de Carla Xavier Coelho
- “Rua da Senhora Dona Ilda” de Jerónimo Alberto Gonçalves Santos
- “Dias do meio” de Catarina Chiquelho
- “Trinta anos” de Rui Coelho
- “No azul do vento” de Laura Dias Godinho Ribeiro Rações
- “Afinal amanhã não vou às compras” de Emília Ramos Costa
- “Dona Preta e Dona Branca” de Paulo Guerra
- “Papoilas” de Sandra dos Reis Luís
- “Breve” de Mafalda Rio
- “Pequeno guia da paixão” de António M
- “Removam-me o corpo”, de Carlos Querido
- “Pessoas” de Fernando Tainhas
- “Em nome do pai” de José Eusébio Almeida
- “Discórdia” de José Igreja Matos
- “A Graduação” de Manuel Capelo
- “Sofia, uma vida sem história” de Renato Barroso
A apresentação desta sexta-feira é apenas a primeira de três. A segunda será no Tribunal da Relação de Coimbra, no dia 27 de novembro, e a terceira, no Tribunal da Relação do Porto, no dia 4 de dezembro.