Já se sabia que Jorge Jesus não ia utilizar os internacionais na estreia do Benfica na Taça de Portugal. Os encarnados apresentaram-se em Paredes completamente remodelados, marcaram um golo e fizeram apenas o suficiente para passar à fase seguinte e quebrar a série de três jogos consecutivos sem vencer. Um Benfica em serviços mínimos, com várias estreias e sem exibições de quem tem de mostrar serviço para ganhar espaço no plantel.

Ficha de jogo

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Parede-Benfica, 0-1

Terceira eliminatória da Taça de Portugal

Cidade Desportiva de Paredes

Árbitro: Vítor Ferreira (AF Braga)

Paredes: Marco Ribeiro, Martins (João Rafael, 59′), Henrique (Gazela, 89′), Amadeu, Meneses, Bangoura, Tójó (Ferraz, 89′), Marcão, Ema, Ismael (Tavares, 80′), Madureira (Caleb, 89′).

Suplentes não utilizados: João Abreu, Drula, Ginho.

Treinador: Eurico Couto.

Benfica: Helton Leite, Gilberto, Jardel, Ferro, João Ferreira (Morato, 90′), Samaris, Chiquinho, Pizzi, Cervi, Gonçalo Ramos (Daniel dos Anjos, 69′), Ferreyra (Tiago Araújo, 69′).

Suplentes não utilizados:  Svilar, Paulo Bernardo, Kalaica, Vukotic.

Treinador: Jorge Jesus

Golos: Samaris (26′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Madureira (26′), Ema (25′), Henrique Santos (29′), Gonçalo Ramos (40′)

 

 

Não havia grande histórico entre Paredes e Benfica antes do jogo deste sábado. Mas na única vez que a equipa nortenha encontrou os encarnados foi também a melhor participação que teve na Taça de Portugal. Em 1985, o Benfica venceu por 3-0 e passou às meias-finais da prova. 35 anos depois, nova paragem em Paredes, desta feita para subir o primeiro degrau da prova.

O Benfica entrava com jogadores estreantes, outros com poucos minutos e uma dupla de avançados completamente nova, com Facundo Ferreyra a ter nova oportunidade para provar que consegue competir por espaço no plantel. Já a equipa do distrito do Porto recebia o finalista vencido da edição da temporada passada com algumas alterações face ao jogo a contar para a sexta jornada da Série C do Campeonato de Portugal.

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Foi precisamente o argentino das águias que teve a primeira oportunidade do jogo, logo aos 5 minutos, quando cabeceou por cima da baliza do Paredes, depois de um cruzamento na direita de Pizzi. Seis minutos depois, o companheiro de ataque, o jovem Gonçalo Ramos, tirou também as medidas à baliza dos nortenhos, mas o remate saiu ao lado. O Benfica entrava melhor, com mais bola e não deixava o Paredes chegar perto da área contrária.

E foi depois de um período de pressão encarnada, e longos minutos em que apenas se jogou no meio-campo do Paredes, que chegou o golo. Aos 26 minutos, Franco Cervi bateu um livre na esquerda que caiu direito na cabeça de Samaris. O grego saltou sem pressão e colocou a bola dentro da baliza adversária, sem hipóteses para o guarda-redes Marco Ribeiro.

Quando parecia certo que os encarnados iam continuar a toada de uma exibição tranquila, mas dominadora, sobre a equipa do Campeonato de Portugal, o ritmo de jogo começa a baixar e o Paredes aproveitou. A equipa orientada pelo jovem técnico Eurico Couto chega à baliza à guarda de Helton Leite aos 37 minutos. O guarda-redes encarnado foi obrigado a aplicar-se depois de um remate dentro da área de Ismael.

Até ao final da primeira parte, o Benfica apenas conseguiu chegar com mais perigo à baliza do Paredes através de outra bola parada. Aos 42 minutos, num livre estudado, Pizzi toca para Samaris que desmarca Cervi, mas o argentino foi travado pela saída corajosa de Marco Ribeiro.

Na segunda parte, o Paredes perdeu um pouco mais de respeito pelo Benfica. Os da casa entraram mais calmos, mais certos nos passes e, sobretudo, mais presentes no meio-campo do Benfica. Parecia o abanão de que os jogadores menos utilizados pelos encarnados precisavam para voltarem ao jogo.

Algo que não chegou a acontecer. Aos 69 minutos e depois de um remate desenquadrado de Gonçalo Ramos, Jorge Jesus tira o jovem avançado português e o companheiro de ataque desta noite. Mais uma oportunidade perdida de Facundo Ferreyra. O Chucky, que se tornou um dos jogadores com o maior salário de sempre — 1,9 milhões brutos por época, mais 2 milhões de prémio de fidelidade por ano, mais 2 milhões de prémio de assinatura –, quando chegou a custo zero do Shakthar em 2018, perdeu mais uma chance para pertencer às contas.

Os jovens Tiago Araújo e Daniel dos Anjos juntavam-se a Helton Leite e João Ferreira como estreantes pelos da Luz. E foi esta a maior nota de destaque da segunda metade da partida. Os mais novos não melhoraram o jogo dos encarnados e o ritmo ficou mais lento à medida que o relógio passava em Paredes. Os da casa conseguiram equilibrar o jogo, mas certo é que também não chegavam a causar grande perigo à baliza do Benfica que, por sua vez, controlou o jogo e fez os mínimos para subir o primeiro degrau das escadas até ao Jamor. Jorge Jesus lançou jogadores com menos minutos, mas pode não ter saído de Paredes com as respostas para as alternativas que procuraria.