O SAGE, um grupo independente de cientistas que aconselha o governo britânico, alertam para os riscos de encontros em espaços fechados entre pessoas de agregados familiares diferentes e sugere, por isso, que o Natal este ano se transforme, no maior número possível de casos, numa celebração ao ar livre – e as comunicações online também devem ser uma ferramenta importante, diz o SAGE, citado pelo The Guardian.
Numa altura que se aguarda para esta segunda-feira um anúncio por parte de Boris Johnson sobre as medidas para os próximos meses, o grupo propõe uma alternativa que passe pela realização de piqueniques em espaços públicos ou, até, uma simples caminhada.
Susan Michie, membro do SAGE, recorda que “o exterior é muito mais seguro que o interior”, uma vez que é mais fácil cumprir os dois metros de distância de segurança e o ar é sempre renovado. A professora acrescenta que outras opções podem passar pela abertura de centros comunitários ou a abertura de locais pedestres.
O grupo apontou também o Natal online como forma de ajudar aqueles que teriam de passar esta época sozinhos, acrescentando que deve caber ao Governo procurar as comunidades e empresas locais para que possam apoiar esses esforços.
Informação para as famílias não deve faltar
Caso seja possível que as famílias se juntem para as celebrações, estas devem estar devidamente informadas sobre como podem minimizar o risco, com particular atenção à distância de segurança, ventilação dos espaços e a devida higienização, defende o SAGE.
Segundo a organização, “as iniciativas poderiam passar por um fundo que apoie ventilação adequada (com esquemas semelhantes para o isolamento) e um subsídio para o aquecimento das casas durante a pandemia (para permitir que as pessoas abram a janela e continuem quentes)”, acrescentando que uma ação de informação pública sobre como manter as casas seguras seria também necessária.
Independentemente das restrições impostas na altura, o certo é que o Natal será diferente este ano, salvaguardando o facto de que um aumento no número de casos poderá ser um “grande problema” para os sistemas de saúde. O professor Paul Hunter, da Universidade de East Anglia, alerta ainda para o difícil balanço nas medidas natalícias, explicando que “qualquer relaxamento no Natal levará a um aumento num número de casos e, consequentemente, mais mortes”. No entanto, acrescenta, caso não haja qualquer flexibilidade na época, as pessoas irão acabar por quebrar as regras, o que também poderá comprometer o cumprimento de restrições no futuro.