As autoridades russas lançaram nas últimas horas um raid às Testemunhas de Jeová no país, no âmbito de uma investigação judicial levada a cabo pelo comité de investigação da Rússia. As buscas a domicilios resultaram na detenção de seis pessoas. Num vídeo partilhado pelas entidades russo, vê-se dois seguranças a entrarem numa casa com um machado nos arredores de Moscovo. A comunidade religiosa, considerada um grupo extremista naquele país, fala em campanha de perseguição.

As diligências ter-se-ão concentrado num apartamento em Moscovo, onde a comunidade realizaria “reuniões” de conspiração. Em causa, estava o estudo “da literatura religiosa e propagação dos valores” da comunidade religiosa. Além disso, as autoridades russas acusam a comunidade de “doutrinar e recrutar novos membros na capital e em outras regiões para participar neste movimento religioso”, dá conta a BBC.

Yaroslav Sivulskiy, porta-voz da Associação Europeia de Testemunhas de Jeová, referiu à Reuters que o grupo estava a ser alvo de uma campanha de perseguição e negou qualquer atividade ilícita no apartamento.

Um vídeo, partilhado pelas autoridades russas, permite ver dois agentes a abrirem a porta com um machado e realizarem buscas no apartamento, tendo encontrado livros e notas em dólares, euros e rublos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Comunidade de Testemunhas de Jeová está banida da Rússia desde 2017, tendo sido apelidada de extremista — e alguns membros da comunidade religiosa já foram presos. A Igreja Ortodoxa do país é frontalmente contra a fé professada pelas Testemunhas de Jeová.

Em julho deste ano, o Governo britânico repreendeu a Rússia por ter “criminalizado a fé pacífica de 175 mil cidadãos russos, que se opõe ao direito de liberdade religiosa que está garantida na constituição do país”.

As Testemunhas de Jeová, movimento fundado na década de 1870 nos Estados Unidos por Charles Russel, consideram-se os únicos que recuperaram o cristianismo das origens.