Pelo menos 43 municípios demoraram em média mais de 90 dias a pagar aos fornecedores em 2019, mais sete do que no ano anterior, numa lista encabeçada por Lamego, Tabuaço e Ourique, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.

De acordo com o documento que sintetiza o desempenho económico dos municípios em 2019, hoje apresentado, contrariamente à diminuição sucessiva que ocorreu entre 2012 e 2018, os municípios com prazo médio de pagamento a fornecedores superior a 90 dias aumentou ligeiramente no ano passado.

Ourique pagava em média em 409 dias, Tabuaço em 376 e Lamego demorava a pagar 310 dias.

A coordenadora do Anuário, Maria José Fernandes, considerou que este aumento de sete municípios a demorar nos seus pagamentos a fornecedores “não é significativo” e sublinhou que “a grande maioria dos municípios, de acordo com os dados, tem um prazo de pagamento inferior a 30 dias”.

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A responsável realçou ainda que há municípios que apresentam prazos de pagamento de zero e um dia, mas sublinhou que se deve ter “algum cuidado ao analisar estes prazos médios de pagamento” baixos, como sucede, por exemplo, em Ferreira do Zêzere, Azambuja e Sabrosa.

Os 58 municípios que em 2019 pagaram no menor prazo de tempo – quase a pronto — foram, na generalidade, municípios de pequena ou de média dimensão, aparecendo nesta listagem apenas seis municípios de grande dimensão (Lisboa, Maia, Porto e Leiria).

Também os municípios com pior desempenho nos prazos médios de pagamentos em 2019 foram de pequena e média dimensão, embora apareçam na lista de maus pagadores a fornecedores também dois municípios de grande dimensão: Setúbal (192 dias) e Braga (78 dias).

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é um trabalho conjunto entre a Ordem dos Contabilistas Certificados e o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses foi hoje divulgado e estará disponível em https://www.occ.pt/pt.