O ministro da Administração Interna pediu esta quarta-feira, na Lourinhã, prioridade na prevenção e combate a crimes de violência doméstica, apesar destes terem baixado 6% até outubro deste ano face ao mesmo período de 2019, segundo dados da GNR.

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, a GNR revelou que, entre janeiro e outubro deste ano se registaram 11.345 crimes, face aos 11.527 verificados em período homólogo de 2019.

Os 6% de redução registados até outubro não nos descansam. Pelo contrário, não é a pandemia que inibe a intervenção das forças de segurança”.

O governante advertiu que é ainda prematuro avaliar as estatísticas, mas lembrou que, nos meses de março e abril, equivalentes aos meses de confinamento, e em outubro verificou-se “uma redução muito significativa”, enquanto nos meses de verão houve uma subida.

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Para Eduardo Cabrita, a prevenção e combate aos crimes de violência doméstica “é uma prioridade de intervenção”.

Para o efeito, os principais os objetivos para os próximos anos são “completar a rede de salas de atendimento, alargar a formação de militares nesta área e ter, em todos os postos territoriais da GNR, um militar do sexo feminino”, equilibrando a igualdade de género na GNR, para facilitar os inquéritos com as vítimas.

Além da elaboração do Manual de Formação e do regulamento de funcionamento das salas de atendimento à vítima, a tutela “está em condições de avançar com uma base de dados única” às várias forças de segurança, a partir do início de 2021.

O ministro da Administração Interna assinalou o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres com uma visita ao posto da GNR da Lourinhã, no distrito de Lisboa.

Ainda de acordo com a GNR, em 2019, ocorreram 29.473 denúncias (mais 3.041 do que em 2018) e 13.503 crimes (mais 584 do que em 2018) na área da GNR, sendo os distritos de Aveiro, Braga, Porto e Setúbal os que registam o maior número.

As vítimas têm, na sua maioria, entre os 30 e os 50 anos e 80% são do sexo feminino e 20% do sexo masculino.

Já os agressores são maioritariamente, do sexo masculino e têm entre 30 e 50 anos.

A GNR possui uma centena de militares adstritos ao Núcleo de Apoio a Vítimas Específicas e 309 salas de atendimento espalhadas pelos 474 postos territoriais.