O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) disse esta quinta-feira que o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) é uma “desilusão” para o setor, realçando mesmo que o documento “ignora” as empresas.

Durante uma intervenção durante o Fórum da Industria Têxtil, Mário Jorge Machado deixou críticas ao Governo e ao OE2021, lamentando que “nem sempre o Governo tenha compreendido o esforço e esteja à altura do combate” do setor.

Portugal é dos países que menos disponibilizou recursos” para ajudar as empresas no combate à pandemia [de Covid-19], referiu, realçando a sua “desilusão” com o OE2021, que, defendeu, “ignorou as empresas, centrando-se no Estado”. Devemos criar um contexto de atratividade ao investimento nacional e estrangeiro”, apelou, pedindo a flexibilização da lei laboral, alterações em matéria de impostos e desburocratização de procedimentos para lidar com o Estado.

Numa intervenção anterior, o presidente da ATP deu conta dos dados de um inquérito aos associados da associação, nas últimas semanas, que apontam que 76% das empresas tenham uma queda do volume de negócios superior a 10%, sendo que para 40% dos grupos a redução deverá mesmo ser superior a 50%.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A ATP estima ainda quebras de faturação e exportações que rondam 15% e 20% no fim deste ano, “números dramáticos em qualquer área económica”, lamentou.

Por sua vez, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, numa intervenção por vídeo, destacou as medidas de apoio à retoma das empresas no âmbito da pandemia de Covid-19, recordando que o Banco do Fomento irá lançar uma linha de crédito para empresas exportadoras.

O governante prometeu ainda que o Governo irá lutar para haver um maior controlo da entrada na União Europeia de produtos com menos requisitos de qualidade e ambientais.