Após o anúncio das novas medidas de apoio às empresas, a APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo pede ao Governo que inclua também, nessas medidas, a criação do programa “Apoiar Hotelaria”, com características idênticas à da iniciativa, já existente, “Apoiar Restauração”.

Numa carta enviada a Pedro Siza Vieira, ministra da Economia, a APHORT explica que as medidas restritivas à circulação dos portugueses, definidas para os dois próximos fins de semana e que impedem a deslocação entre concelhos, “bloquearam o mercado interno e levaram ao cancelamento de reservas existentes nos hotéis que ainda se mantêm abertos”. Neste contexto, e tal como acontece com os restaurantes, consideram que o normal funcionamento dos hotéis “sofrerá graves limitações nesse período”. A Associação defende, assim, a necessidade do Governo “aplicar um princípio de equidade, tratando, de igual modo, setores que pertencem à mesma área – o turismo”.

A APHORT refere em comunicado que as consequências das medidas tomadas pelo Governo, no âmbito no estado de emergência, “serão bastante mais gravosas para os hotéis do que para os restaurantes”.

“O primeiro-ministro afirmou que uma das razões que justificam o programa “Apoiar Restauração” é o facto de uma refeição que não seja vendida hoje, não poder ser vendida amanhã. Ora, esta frase é ainda mais verdadeira quando nos referimos aos quartos dos hotéis. Acresce aqui que, ao contrário dos restaurantes, os hotéis não podem fazer take-away nem delivery dos seus serviços de alojamento”, explica António Condé Pinto, presidente executivo da APHORT.

A Associação recorda que a atividade dos hotéis tem vindo a ser progressivamente limitada, salientando que os eventos corporativos – atualmente uma das maiores fontes de faturação deste setor – não são permitidos há várias semanas.

“De acordo com dados indicados pelo Governo, a queda da faturação na hotelaria, nos primeiros nove meses deste ano, foi de 64%, enquanto que a da restauração foi de 31%, o que comprova a situação ainda mais desfavorável vivida, neste momento, pelos hotéis”.

A APHORT defende, assim, que a criação do programa “Apoiar Hotelaria” é uma medida “absolutamente necessária e urgente para uma compensação mínima da depauperada tesouraria dos hotéis”.

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