O Irão anunciou esta sexta-feira que todos os departamentos do Estado vão encerrar ficando a funcionar apenas os serviços essenciais com quadros de pessoal reduzidos como forma de combater a pandemia de SARS CoV-2.

A partir de sábado, o primeiro dia útil da semana, no calendário persa, “apenas os funcionários que seja essencial estarem presentes vão ficar a trabalhar nos departamentos oficiais. As chefias vão elaborar as escalas de trabalho”, refere uma notícia divulgada pela televisão de Teerão.

A notícia não especifica o período de tempo em que vai vigorar a nova medida mas foi lançado o apelo para os cidadãos não se dirigirem especificamente aos edifícios do Estado. O número de infeções aumentou nos últimos meses sendo que esta sexta-feira o Irão registou um novo máximo de contágios que atingiu em 24 horas os 14.051 casos.

O número total de pessoas contaminadas com o novo coronavírus no país é de 922.397. O Irão registou mais de 400 óbitos por Covid-19 diariamente desde o passado sábado. De acordo com uma porta-voz do Ministério da Saúde morreram até esta sexta-feira 47.095 pessoas de SARS CoV-2, tendo o país registado 406 óbitos desde quinta-feira.

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Desde o passado sábado que alguns departamentos oficiais começaram a fechar ou a trabalhar com menos de 30% dos empregados enquanto bancos, estações dos correios e de comunicações estão já a operar com metade dos trabalhadores.

As novas medidas de confinamento que estão em vigor para um período de duas semanas, incluem o encerramento da maior parte dos estabelecimentos comerciais, centros comerciais e restaurantes.

O governo iraniano tem resistido a aplicar medidas de confinamento mais drásticas por causa da situação económica agravada pelas sanções norte-americanas e que impedem, sobretudo, a venda de crude nos mercados internacionais.

As sanções agravaram-se em 2018 depois da administração norte-americana ter retirado os Estados Unidos do tratado internacional sobre energia nuclear do Irão. No princípio de novembro foi decretado o recolher obrigatório noturno em Teerão e outras 30 cidades do país para fazer com que os trabalhadores não essenciais se mantivessem mais tempo em casa.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.433.378 mortos resultantes de mais de 60,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.209 pessoas dos 280.394 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.