Na Alemanha, com particular destaque para a capital, o trânsito está cada vez mais complicado e os acidentes sucedem-se, com tendência para aumentar. Em 2019, morreram 40 pessoas em Berlim, vítimas de acidentes de trânsito, mas a situação piorou substancialmente este ano – em Setembro já tinha sido ultrapassado o total do ano anterior – e nem os frequentes confinamentos devidos à Covid-19 contiveram o número de vítimas.

Na interacção com os automóveis e camiões, os ciclistas correm os maiores riscos e são eles quem mais morre. Na maioria das vezes, porque os veículos de quatro rodas viram à direita sem se aperceber que estavam a ser ultrapassados, pela direita, por alguém que se deslocava de bicicleta. Mas isto não desculpa os utilizadores de velocípedes, uma vez que em 50% dos acidentes em que estão envolvidos, a culpa é deles, mesmo que sejam muitas vezes as vítimas.

Até aqui, a estratégia das forças da ordem baseou-se em ser duro (e distribuir multas) aos automobilistas, mas os constantes abusos por parte dos ciclistas levou a uma mudança de estratégia. A ordem continua a ser investir na prevenção, mas a isto a polícia juntou as punições, como forma de educar os prevaricadores das duas rodas, que tendem a circular em sentido contrário, não parar nos sinais vermelhos e conduzir enquanto utilizam auriculares.

Além dos conflitos entre automobilistas e ciclistas, estes últimos têm querelas sistemáticas com os peões. Só que neste tipo de acidente, não são os ciclistas o elemento mais fraco da equação. Daí que a polícia se bata igualmente pela obrigatoriedade da utilização de matrícula nas bicicletas, para evitar as fugas do local do acidente após as agressões ou os acidentes.

As associações de ciclistas alemãs, país onde há 75 milhões de bicicletas em circulação, criticam frontalmente a nova estratégia.

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