Um passo, mais um passo, outro passo maior. A época não começou da forma que o Manchester United previa após o final de temporada com Ole Gunnar Solskjaer, as dúvidas sobre a capacidade do norueguês adensaram-se com o tempo (pelo meio ainda se falou do nome de Mauricio Pocchetino – mas nesta altura basta alguém estar tremido na Premier League para se falar logo em Mauricio Pocchetino…) mas os red devils foram somando triunfos seguidos que, mesmo não estando assentes sempre na melhor das exibições, tiveram o condão de empurrar a equipa para a frente às costas de um Bruno Fernandes cada vez mais providencial. Como se viu com o Everton, como se viu com o WBA, como se viu agora com o Basaksehir. E essa influência alargou-se a vários domínios distintos.

Rio Ferdinand, antigo central e capitão do conjunto de Manchester que é hoje um dos comentadores mais seguido no Reino Unido, não coloca em causa a qualidade e capacidade de nomes como o do médio português mas continua a considerar que nem Bruno Fernandes nem Maguire, o dono da braçadeira do United, são os líderes que a equipa necessitava. No entanto, e como foi reconhecido por todos, o gesto do número 18 já depois de ter marcado dois golos, ter a hipótese de fazer um hat-trick em pouco mais de meia hora de um jogo da Champions mas oferecer uma grande penalidade a Rashford foi muito elogiado nessa perspetiva de saber liderar um conjunto. Até Solskjaer se rendeu ao peso que o jogador conseguiu em menos de um ano num clube à procura de referências.

“O Bruno tem aquela presença, como Ronaldo tinha, e uma grande influência e impacto nos companheiros de equipa. Basta olhar para os nossos resultados desde a chegada dele [em janeiro]. Tem muita energia, tem liderança e é um jogador de equipa, algo de que vamos precisar daqui para a frente. Alguns jogadores vão ter de ficar de fora em alguns jogos para descansarem. Por exemplo, não estava com vontade de dizer ao Bruno que ia descansar no jogo contra o RB Leipzig mas não houve qualquer problema. Acontece o mesmo com o Marcus [Rashford]. Eles sabem que esta época será desafiante e que é assim que construímos a cultura da equipa: o que importa sempre é o coletivo”, comentou o treinador dos red devils, antes do jogo com o Southampton, a grande revelação da Premier League a par do Leeds United tendo no comando o austríaco Ralph Hasenhüttl.

E não se pense que essa fama do médio fica circunscrita a Inglaterra pelo clube e a Portugal pela Seleção. Esta semana, a soccer.com revelou os jogadores que mais camisolas vendem nos EUA através das lojas Soccer, pelo menos quem vendeu mais equipamentos nas últimas seis semanas. Lionel Messi, capitão do Barcelona, ganha esta corrida, o americano do Chelsea Christian Pulisic ocupa a segunda posição, Cristiano Ronaldo encontra-se no terceiro posto à frente de Kylian Mbappé e Marcus Rashford. No entanto, e olhando de forma pormenorizada para cada estado, existem algumas surpresas como Dele Alli, Sadio Mané, Leonardo Bonucci ou… Bruno Fernandes, o líder das camisolas vendidas no Dakota do Norte também pelo rendimento na Premier desde que chegou.

Mais uma vez, o português não desiludiu. No entanto, a primeira parte do Manchester United foi demasiado má para quem sabe que não tem margem de erro perante a distância que foi cavando nos encontros iniciais da Premier League: já depois de uma grande oportunidade de Greenwood que fintou o guarda-redes Alex McCarthy mas atirou às malhas laterais (6′) e de um remate de Bruno Fernandes de meia distância a rasar o poste (16′), Bednarek fez o primeiro golo ao primeiro poste na sequência de um canto (23′) e James Ward-Prowse aumentou a vantagem do Southampton de livre direto (33′). Pelo meio ainda houve mais uma falha do guardião visitado quase aproveitada pelo português mas o intervalo chegou com os saints na frente e a terem ainda uma bola no poste.

Ao intervalo, além de ter sido obrigado a trocar de guarda-redes por lesão de David de Gea, Solskjaer lançou em campo Edison Cavani no lugar de Greenwood. E o uruguaio, quando parecia pronto para entrar, ainda pediu para trocar de chuteiras, o que fez com que ainda estivesse a apertar os atacadores quando o árbitro deu o apito inicial para o segundo tempo. Chegou atrasado, veio atrasado mas ainda foi a tempo: o último reforço do Manchester United fez a assistência para Bruno Fernandes reduzir a desvantagem aos 59′, aproveitou uma assistência do português (que parecia ser na ideia original um remate) para empatar o jogo aos 74′ e apontou o 3-2 aos 90+2′, num cabeceamento após cruzamento de Rashford numa jogada iniciada por Bruno Fernandes.

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