Já era expectável que, pela contração da economia e a variação negativa dos preços, as pensões acima de 658 euros pudessem ficar sem aumentos no próximo ano. E os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta segunda-feira, vieram confirmar esse congelamento. Assim, só as pensões mais baixas (até aos tais 658 euros) vão subir — e apenas porque haverá um aumento extraordinário.
A lei define que as pensões sejam atualizadas com base numa fórmula que inclui a média da inflação sem habitação nos últimos 12 meses registada em novembro, assim como a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dois anos. Esta fórmula varia consoante o valor da pensão.
Só que, com a crise pandémica, a média do crescimento do PIB é negativa e a inflação está abaixo de zero, como divulgou o INE esta segunda-feira.
Consequência? As pensões ficam sem aumentos por via desta atualização regular das pensões. Apenas as que estão abaixo dos 658 euros (1,5 IAS) vão subir porque o Orçamento do Estado para 2021 prevê um aumento extraordinário de 10 euros para estas pensões mais baixas (mesmo as que foram atualizadas durante a Troika). Após a negociação entre o Governo e o PCP, ficou definido que essa subida aconteceria em janeiro, e não agosto. A medida vai abranger cerca de 1,9 milhões de pessoas (com um impacto orçamental de cerca de 270 milhões de euros).