Conhecidos os grandes números de redução do pessoal da TAP, comunicados aos sindicatos no final da semana passada, já há contas que apontam para a saída de 3.600 colaboradores do grupo, entre trabalhos efetivos e contratos não renovados. A confirmarem-se, estes números previstos no plano de reestruturação representam um corte de praticamente um terço (32%) face ao número total de colaboradores do grupo TAP no final de 2019.

Esta segunda-feira, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) manifestou em comunicado o que qualifica “total perplexidade pelo “silencio ensurdecedor” adotado por todos os partidos políticos com assento parlamentar, bem como o Governo, face ao plano de restruturação apresentado pela Administração da TAP na passada sexta feira que prevê a saída de 3600 trabalhadores, entre despedimentos (cerca de 2.000) e contratados a prazo (1.600) e um corte da massa salarial de 25%.”

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O sindicato que representa os tripulantes e pessoal de cabine sublinha os cortes previstos na classe que representa e que passam pelo despedimento de 750 trabalhadores com vínculo, a que se somam 1000 contratos a prazo não renovados, num total de 1.750. O SNPVAC vai pedir audiências urgentes a todos os partidos e deputados independentes para dar conta da preocupação que foi também manifestada pelo presidente, Henrique Louro Martins à rádio Observador.

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De acordo com o SNPVAC, existem diversas alternativas possíveis para uma restruturação da TAP que vão muito além dos despedimentos e cortes da massa salarial. “Há alternativas com menores custos sociais e que permitem manter uma TAP com a dimensão e a importância que esta companhia representa para o nosso pais”. Ainda que não refira quais.

Esta semana, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, deverá reunir com os principais sindicatos da TAP no quadro do fecho do plano de reestruturação que será apresentado para a semana à Comissão Europeia, ainda que estas reuniões não sejam confirmadas oficialmente. Esta segunda-fera foram ainda conhecidos os resultados do terceiro trimestre da companhia que apontam para um recuo da recuperação da atividade sentida no verão. A TAP espera estar a operar a 30% a 40% da sua capacidade neste inverno.

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