A Audi sempre teve sucesso nas suas incursões pelo mundo da competição ao mais alto nível. Começou a dar nas vistas nos anos 80 com os Quattro e Sport Quattro no Campeonato do Mundo de Ralis, dominando depois o DTM e, mais recentemente, o Campeonato do Mundo de Resistência, que envolve provas míticas como as 24 Horas de Le Mans.

Mas estas corridas de protótipos de velocidade animados por motores diesel, ainda que híbridos, nada tinham a ver com o actual momento da indústria automóvel, em que o construtor e o grupo a que pertence, a Volkswagen AG, apostam decididamente na mobilidade eléctrica. Daí que a opção de trocar Le Mans pela Fórmula E, em que a electricidade é o combustível de serviço, fosse uma opção lógica.

A incursão da Audi pelos fórmulas eléctricos, onde participa desde a primeira temporada, realizada em 2014/2015, saldou-se com a obtenção de um primeiro lugar no campeonato (em 2016/17), três 2º, um 3º e um 6º. Face à concorrência, foi apenas batida pela Renault, que conquistou três campeonatos, e pela DS, que chamou a si dois títulos. A 6ª posição foi o pior resultado da Audi, para mais alcançado atrás dos concorrentes germânicos Mercedes e BMW, mas possivelmente com um sabor especial por ter batido a “irmã” Porsche, que foi apenas 8ª.

A Audi anuncia agora que, a partir de 2022, a sua próxima aposta é o Dakar, na categoria reservada aos veículos eléctricos, uma vez que serão os carros a bateria que deverão representar uma parte significativa das suas vendas a partir desse período.

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A Audi vai enfrentar “um dos maiores desafios da competição automóvel, competindo no Rally Dakar com um protótipo inovador”, declarou o fabricante, afirmando de seguida que o seu veículo de competição “combina motores eléctricos com uma bateria de alta voltagem e um conversor de energia muito eficiente”.

Para o responsável pelo desenvolvimento técnico dos veículos e chairman da administração da Audi, Markus Duesmann, a “Fórmula E representou a actual fase de transição da marca, com o e-tron a ser o best seller em muitos mercados”. O mesmo acrescenta que “a chegada para breve do e-tron GT RS vai elevar ainda mais a parada”, uma vez que o objectivo aponta para 40% das vendas, em 2025, dizerem respeito a modelos 100% eléctricos.

Uma vez que as provas tipo maratona, como o Dakar, exigem a capacidade de percorrer grandes distâncias, sem muito tempo para reabastecimentos, o protótipo eléctrico da Audi possuirá um range extender, ou seja, um motor a gasolina que age como gerador de energia eléctrica. Será um motor TFSI, que a Audi promete ser “altamente eficiente”. Será, sem dúvida, uma boa aquisição para o Dakar a partir de 2022, mesmo se à custa do abandono da Fórmula E.