O Governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conseguiu ver aprovado o novo plano de restrições para controlar a pandemia covid-19 no Reino Unido no parlamento, apesar dos votos contra de dezenas de deputados do próprio Partido Conservador.

As medidas do primeiro-ministro foram aprovadas confortavelmente na Câmara dos Comuns por 291 votos contra 78, garantindo uma transição do confinamento nacional de quatro semanas em Inglaterra para um sistema de restrições locais.

Dos votos contra, 56 foram de deputados conservadores e 16 de deputados do Partido Trabalhista, que votaram contra a orientação da bancada, que optou pela abstenção.

Os “rebeldes” conservadores questionaram o sistema regional de três níveis de restrições baseado na gravidade dos surtos em diferentes partes do país devido ao impacto na economia, especialmente no setor da restauração, que é obrigado a fechar no grau mais elevado.

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Johnson disse no parlamento que o confinamento imposto em 05 de novembro conseguiu nivelar a taxa de infeção em Inglaterra, mas que havia “uma necessidade premente” de mais restrições.

“O que não podemos fazer é suspender todas as restrições de uma vez, ou fazê-lo muito rapidamente, de modo a que o vírus comece a espalhar rapidamente novamente”, desencadeando um novo confinamento em janeiro, justificou.

As novas medidas serão revistas a cada duas semanas e amenizadas por cinco dias no período do Natal para que as famílias possam juntar-se.

Outras partes do Reino Unido, nomeadamente a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, estão a seguir as suas próprias restrições locais para conter a disseminação do vírus.

O Reino Unido registou 603 mortes e 13.430 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde britânico.

No domingo e segunda-feira tinham sido notificadas 215 e 205 mortes, mas a média diária dos últimos sete dias é atualmente de 460 mortes e 15.082 infeções.

Desde o início da pandemia covid-19, o Reino Unido contabilizou oficialmente 59.051 mortes de covid-19, mas o número sobe para 69.752 quando são contabilizados aquelas cujas pessoas não tiveram o diagnóstico confirmado por teste, mas cuja certidão de óbito aponta o coronavírus como fator.