A proibição de circulação entre concelhos prevista no estado de emergência vai impedir Melgaço de receber, no fim de semana, “centenas” de visitantes atraídos pelo primeiro manto de neve, que começou a cair na madrugada desta sexta-feira.

“Este fim de semana de neve seria muito importante para dinamizar a economia local, tão afetada com a pandemia de Covid-19. Seria um fim de semana de casa cheia para a restauração, cafetarias e pastelarias”, afirmou à agência Lusa o vereador com o pelouro da Proteção Civil, José Adriano Lima.

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O vereador da Câmara de Melgaço, no distrito de Viana do Castelo, adiantou que, “num ano normal, o concelho receberia centenas de visitantes atraídos pelo primeiro nevão do inverno”, que começou a cair esta madrugada e nas freguesias de montanha atingia, pelas 8h30, mais de cinco centímetros.

Não só [para] desfrutarem da neve, mas também para conciliar isso com a gastronomia. As aldeias de Lamas de Mouro e Castro Laboreiro, no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), são locais sempre muito visitados todo o ano e, nesta altura, com a neve também são muito procurados. (…) Costumamos ter problemas de circulação não por causa da neve, mas pela quantidade de carros que se concentram naquelas zonas”.

A circulação entre concelhos no território continental está proibida entre as 23 horas desta sexta-feira e as 23h59 de terça-feira, “salvo por motivos de saúde ou por outros motivos de urgência imperiosa”.

Segundo José Adriano Lima, cerca de 25 alunos das aldeias de Lamas de Mouro e Castro Laboreiro não foram às aulas, “uns por opção dos encarregados de educação e outros por não estarem reunidas condições de segurança para a empresa de transportes operar”.

As estradas estavam circuláveis a partir das 06h30, mas estava a nevar e a empresa decidiu não arriscar”.

O vereador da proteção civil explicou que o concelho está “habituado” a enfrentar o rigor do inverno.

“Mal recebemos o aviso de queda de neve, posicionámos os meios da proteção civil para dar uma resposta pronta às populações”, referiu, adiantando que a limpeza das estradas começou de madrugada para evitar que as povoações ficassem isoladas.

As imagens da vila de Castro Laboreiro, a cerca de 27 quilómetros da sede do concelho, coberta de neve começaram a circular nas redes sociais pouco depois das 5 horas.

O autor, Adílio Pereira, ganhou a alcunha de “meteorologista” quando criou a sua página no Facebook e começou a publicar fotografias da neve em Castro Laboreiro.

Integrada numa União de Freguesias que junta a aldeia de Lamas de Mouro, com um total de cerca de 500 habitantes, a vila de Castro Laboreiro, a mais de 100 quilómetros da capital do Alto Minho, Viana do Castelo, por agora não pode receber visitantes.

“Primeiro por causa desta pandemia e depois porque está perigoso, estás a nevar e é muito arriscado subir até à vila. Tinha de ser muito devagarinho”, explicou Adílio Pereira, que vive no centro da vila, onde residem cerca de 100 pessoas.

Já no concelho de Arcos de Valdevez, o manto de neve que cobre a aldeia da Gavieira, no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), tem também mais de cinco centímetros de espessura, tendo o vereador da Proteção Civil, Olegário Gonçalves, adiantado à Lusa que foram mobilizados para o local meios dos bombeiros voluntários para garantir a limpeza das estradas e o apoio às populações.

Portugal contabiliza pelo menos 4.724 mortos associados à Covid-19 em 307.618 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).