O cantor Virgul, uma das vozes dos Da Weasel e Nu Soul Family, edita esta sexta-feira o segundo álbum a solo, “Júbilo”, título que reflete o que sentia sempre que ouvia os temas durante o processo de criação e gravação.

Demorei algum tempo a encontrar o nome para este álbum. Tinha outros nomes, mas achei que depois da pandemia deixaram de fazer sentido, por todo o ano que tivemos”, afirmou Virgul, em declarações à Lusa, sobre “Júbilo”, cuja edição acabou por ser adiada devido à pandemia da Covid-19.

Virgul decidiu batizar o álbum de “Júbilo” porque, durante o processo de criação e gravação, “toda a vez que o ouvia” sentia “um contentamento e uma sensação de felicidade excessiva”. “Fazia-me dançar, emocionava-me”, partilhou.

O álbum já estava pronto antes da pandemia da Covid-19 e alguns dos 13 temas até já tinham sido divulgados no ano passado, como “Difícil demais” e “Cada um no seu lugar”. O terceiro ‘single’, “Dividir Amor”, já foi tornado público em setembro deste ano.

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Pelo meio, o músico ‘repescou’ uma canção do primeiro álbum, “All we need is Love”, que tem “uma mensagem muito forte” e que surge em “Júbilo” numa nova versão como faixa bónus.

Inicialmente não fazia parte do álbum, mas acho que a mensagem veio fazer ainda mais sentido depois de estarmos todos confinados, que foi uma altura em que precisávamos de esperança. Nenhum de nós esperava viver algo assim, todos fechados, confinados, longe dos nossos, a necessitar de amor. Achei que a letra fazia todo o sentido, então fiz uma versão acústica que funcionou e que achei por bem fazer parte deste disco, deste júbilo”, contou.

Na criação dos temas, Virgul contou com a colaboração, entre outros, de Alex D’Alva Teixeira e de Ben Monteiro, dos D’Alva.

O Alex e o Ben começaram a trabalhar comigo no primeiro disco. A empatia foi de tal forma que achei por bem trabalharmos neste disco todo. Foi muito importante tê-los comigo e foi muito importante, para este segundo álbum, eles ajudarem-me”, disse.

Em “Júbilo”, Virgul conta com três convidados: o cantor Dino D’Santiago, o ‘rapper’ Sam The Kid e Jon Luz, “um músico maravilhoso”.

O Dino acaba por ser uma participação especial, uma coisa que eu imaginei, um fechar ali da música. Tenho a participação do Sam The Kid e achei que fazia sentido ter o fecho da música com alguém especial e criar ali um triângulo, que é o ‘High’. Tenho logo assim duas pessoas que me dizem muito, não só musicalmente, mas que são pessoas muito especiais com tudo o que já vivi com eles”, partilhou.

Os nomes dos convidados vão surgindo ao longo do processo de criação do álbum: “Esta pessoa encaixa nesta música, porque esta música está feita desta forma e esta pessoa faz parte disto, e tento sempre que seja assim”.

Como muitos outros músicos, 2020 acabou por ser para Virgul um ano com menos passagens pelos palcos. Mas, por ter sido pai “em pleno estado de emergência“, sente que não se pode queixar, “porque [ter um filho] é das coisas mais maravilhosas, se não a mais maravilhosa, que pode acontecer na vida”.

Uma das datas que Virgul tinha prevista para este ano, e que acabou adiada para 2021, foi com os Da Weasel. A banda, que se separou em 2010, tinha concerto marcado em julho no festival Alive, em Oeiras, mas foi adiado um ano devido à pandemia da Covid-19.

Estamos super entusiasmados. Já íamos com uns seis/sete meses de ensaios. [Este atraso] deu-nos outra possibilidade de abrir outras coisas e vamos fazer ainda mais coisas para 2021 do que aquelas que estavam planeadas, por isso preparem-se porque o regresso dos Da Weasel ao palco vai ser muito forte e memorável”, assegurou.

Quando se separaram, em 2010, os Da Weasel integravam, além de Virgul, João Nobre (Jay), Carlos Nobre (Pacman), Pedro Quaresma, Guilherme Silva e DJ Glue.

Em 2009, a banda de Almada tinha anunciado que faria uma pausa no projeto, depois de anos consecutivos de concertos e gravações discográficas.

No ano seguinte, anunciavam oficialmente o fim do grupo, restando aos fãs a discografia até então editada – seis álbuns de estúdio, um EP e dois DVD ao vivo – e canções como “Good Bless Johnny”, “Dúia”, “Agora e para sempre (a paixão)”, “Ressaca”, “Dou-lhe com a alma”, “Dialectos de ternura” e “Tás na boa”.

“Amor, Escárnio e Maldizer” foi o último álbum de originais que o grupo editou, em 2007, e que na altura representava um amadurecimento da sonoridade, entre o ‘hip-hop’ e o rock pesado.