O FC Porto não perde há sete jogos, o melhor registo da atual temporada, e marcou 10 golos nos últimos quatro encontros no Dragão. Ainda assim, os três golos que o Tondela marcou este sábado intensificaram a crise defensiva da equipa de Sérgio Conceição e este FC Porto igualou a pior defesa à 9.ª jornada, com os mesmos 13 golos sofridos que em 1976/77, há mais de 40 anos. Mais do que isso, desde 1996 que os dragões sofriam uma média de cinco golos nas primeiras nove jornadas do Campeonatos. Ou seja, este ano, o FC Porto regista mais oito golos do que a média dos últimos 24 anos.

Sérgio e uma versão diferente de “Quem Quer Ser Milionário” com três perguntas de um milhão (a crónica do FC Porto-Tondela)

Os dragões sofreram três golos pela terceira vez esta temporada, depois das derrotas com o Marítimo e o P. Ferreira, mas desta vez conseguiram evitar o desaire e garantir a vitória contra o Tondela, saltando provisoriamente para o segundo lugar e encurtando para quatro pontos a distância para o líder Sporting, que este sábado empatou em Famalicão.

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Na flash interview, Sérgio Conceição recordou que o FC Porto teve várias oportunidades para aumentar a vantagem que conquistou tanto na primeira como na segunda parte. “Podíamos fazer oito ou nove golos e acabamos por sofrer uma bola na barra que podia dar o empate ao adversário. A humildade e respeito pelo adversário têm de estar sempre presentes, tal como a concentração competitiva tem de estar presente e hoje falhámos aqui ou acolá nessa parte”, explicou o treinador dos dragões.

“Entrámos muito bem. Fizemos golo no início e tivemos mais quatro ocasiões de golo. Depois sofremos aos 20 minutos na primeira vez que tivemos desconcentração, perdemos a bola numa zona proibida, com sucessão de erros individuais e fizeram o golo. Estávamos bem, estávamos por cima e sentia que podíamos fazer golos a qualquer momento. Depois há um cruzamento e somos mal batidos, do nada estamos a perder 2-1, o que para mim é completamente condenável. Conseguimos empatar, entrámos na segunda parte a criar cinco, seis ocasiões claras na cara do guarda-redes, que foi o melhor em campo. Fazemos o 3-2 e o 4-2, faço substituições para refrescar a equipa. Nova aproximação e fazem o 4-3. Depois foi um bocado aquilo que é o futebol e os deuses…”, acrescentou Sérgio Conceição, que comentou mais à frente os três golos sofridos em casa pelo FC Porto.

“Na antevisão, disse que prefiro ganhar 1-0 do que 4-3 e é o que acho. Percebo o que quero da equipa, dos jogadores… Agora, para os adeptos que dizem que o FC Porto não dá espetáculo, hoje deu um espetáculo dos diabos. Não é normal sofrer três golos em casa mas tem acontecido demasiado (…) Temos de focar no nosso trabalho, se não podemos tropeçar. Buscar o nosso lugar, que nos pertence, somos campeões e queremos chegar ao primeiro lugar. Vamos lutar por isso, mas há coisas a melhorar. A cada três dias estamos a jogar, pode haver cansaço mais emocional do que físico, mas temos de estar atentos a algumas coisas que se passaram hoje”, terminou o técnico. Já Otávio, que fez duas assistências para golo, recordou que não existem “jogos fáceis” na Primeira Liga.

“Eles chegaram três, quatro vezes à nossa baliza e marcaram três golos. É continuar a trabalhar e melhorar. Temos de ajustar e ver o que erramos para fazermos melhor. Não há desculpa do cansaço. Podíamos ter feito mais golos. Vamos trabalhar para estarmos melhores no próximo jogo. Valeu pelos três pontos e é assim que vamos continuar. A somar vitórias”, concluiu o médio brasileiro.