O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, descreveu esta segunda-feira como uma “farsa eleitoral” o resultado das eleições parlamentares realizadas no domingo na Venezuela, ganhas por apoiantes do Governo de Nicolás Maduro.

Segundo o chefe da diplomacia brasileira, o resultado dessa tentativa de “legitimação” é “mais opressão e fome” para os venezuelanos e mais “força para o crime” em toda a região.

“No entanto, o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com uma participação muito baixa, mostraram que as eleições legislativas não representam a sua vontade”, disse o ministro, numa extensa mensagem publicada na sua conta no Twitter, após conhecer os resultados oficiais.

O partido de Maduro venceu as eleições parlamentares na Venezuela no domingo, marcadas por uma abstenção massiva e pelo apelo ao boicote feito pelo setor de oposição que apoia Juan Guaidó.

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Após uma participação de 31% dos eleitores, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entidade que os opositores venezuelanos acusam de alegada parcialidade com o Governo de Nicolás Maduro, anunciou que o Chavismo obteve cerca de 3,5 milhões votos, o que representa 67,6% do apoio necessário.

Segundo Ernesto Araújo, o regime de Maduro realizou “eleições parlamentares” para “tentar legitimar-se” e disse que isso só acontecerá “aos olhos de quem aprecia ou tolera a ditadura e o crime organizado”.

“O Brasil continuará a trabalhar, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Vamos defender a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e no mundo”, afirmou o ministro.

O Brasil não reconhece a legitimidade de Maduro, a quem denuncia como ditador, e, em vez disso, vê como líder da Venezuela o oposicionista Juan Guaidó, que é apoiado como Presidente interino por cerca de 50 países.