O Partido Socialista (PS) evocou esta segunda-feira o fundador Mário Soares, que morreu em janeiro de 2017, no dia em que completaria 96 anos, com uma iniciativa digital em que anunciou para abril uma conferência sobre direitos fundamentais.

A sessão evocativa do aniversário e da memória do antigo Presidente da República, sob o tema “Mário Soares e os direitos humanos”, foi transmitida na página do PS na rede social ‘Facebook‘ e contou com intervenções do secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, dos filhos João Soares e Isabel Soares, e dos professores universitários Fernanda Rollo e Paulo Pinto de Albuquerque.

O secretário-geral adjunto do PS, que abriu a iniciativa, considerou que Mário Soares, que nasceu a 7 de dezembro de 1924, “foi inspirador” no que toca às liberdades democráticas e direitos fundamentais, tendo sido “essencial na consolidação democrática e na abertura do país à Europa”.

Toda a sua vida foi dedicada ao combate democrático pela liberdade”, salientou José Luís Carneiro, considerando ser “muito oportuno lembrá-lo no dia do seu aniversário”.

O objetivo desta iniciativa através da ‘internet’ foi assinalar o seu contributo essencial para o país” que Portugal é hoje, “o país das liberdades, dos direitos fundamentais, do Estado de direito e também o país europeu”, afirmou.

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José Luís Carneiro adiantou ainda que o PS quer organizar, por altura do aniversário do partido, em abril, uma conferência para “evocar os direitos fundamentais”.

João Soares salientou que esta iniciativa foi um momento “particularmente tocante” para a sua família e assinalou que o pai, que “esteve preso pela defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”, lutou “pela paz, direitos humanos e tolerância”, e continuou “sempre fiel a esses princípios”. Também na sessão, Isabel Soares adiantou que a Fundação Mário Soares está a ser relançada.

Fernanda Rollo, professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa e membro da Comissão Executiva do Fórum Mário Soares, destacou que o antigo primeiro-ministro e chefe de Estado “confunde-se com história do PS e com a história do país”, tendo estado “sempre do lado certo na defesa dos direitos humanos”.

A docente enalteceu a coragem e o percurso de vida de Mário Soares e apelou à entrega de testemunhos e documentos para ajudar a compor o arquivo histórico do PS.

Paulo Pinto de Albuquerque, professor catedrático na Universidade Católica Portuguesa, confidenciou que se tornou amigo de Mário Soares depois de os dois terem descoberto “um gosto em comum, pela História de Portugal”, e apontou também a “lucidez e coragem” do fundador do PS na luta contra a ditadura.