Uma derrota em Bérgamo frente à Atalanta depois de ter estado a ganhar por 2-0, duas vitórias seguidas, apenas um ponto somado depois em cinco jornadas. A Lazio conseguiu ser campeã apenas duas vezes na sua história, em 1974 quando Giorgio Chinaglia, Garlaschelli, Mazzola e companhia venceram a forte concorrência da Juventus e em 2000 quando Sven-Goran Eriksson contou com um plantel de luxo onde se destacavam Mancini, Mihajlovic, Nesta, Nedved, Verón, Simeone, Salas, Boksic, Fernando Couto ou Sérgio Conceição. Em 2020, tudo apontava para que lutasse até ao final pelo título mas os resultados depois da paragem por causa da pandemia relegaram a equipa para uma vaga na Liga dos Campeões no quarto lugar. E ainda hoje se pensa nesse contexto.

“O presidente Claudio Lotito e a restante Direção construíram um grupo de trabalho com base no critério da abnegação total. A Lazio é um clube saudável mas estivemos sempre nas trincheiras. Se não tivesse sido a Covid-19, acredito que o título de campeão italiano da última época teria sido atribuído à Lazio. O ritmo era imparável e o balneário estava muito confiante. O grupo poderia ter preparado um jogo por semana, e estou certo de que tudo teria sido diferente”, destacou Stefano de Martino, diretor de comunicação do conjunto de Roma, aoLazio Style Channel, recordando aquilo que com o tempo acabou por transformar-se na ideia de one shot que passou ao lado: sem saídas de relevo e com entradas como Andreas Pereira, Reina ou Muriqui, a equipa de Simone Inzaghi não voltou aos lugares cimeiros, estando na sétima posição da Serie A. No entanto, havia a Champions.

Muito se passou nas últimas semanas, do caso em que os laziale foram acusados de terem contornado o sistema de controlo do novo coronavírus com resultados diferentes daqueles que foram depois apurados pela UEFA ao 1-1 na receção à Juventus conseguido em período de descontos, passando pelo susto na viagem de avião para o encontro com o Crotone à compra de um avião para a equipa fazer deslocações mais longas. E nem sempre com os jogadores de acordo, como aconteceu no dia em que o clube anunciou a compra do novo ex libris de duas asas. “Avião? Eles podiam era pagar-nos. Compram coisas e não nos pagam”, comentou na rede social Twitch. “Muito bonito, mas quando nos preocupamos com o interior? Só aparência…”, acrescentou depois nas stories do Instagram.

Pelo menos para uma viagem em fevereiro o avião vai servir, quando a equipa fizer o encontro fora nos oitavos da Liga dos Campeões. E muito provavelmente haverá prémios pela passagem na fase de grupos da competição. Para isso, de forma inevitável, contribuiu e muito Ciro Immobile, Bota de Ouro da última temporada que somou com o Club Brugge a nona partida consecutiva a marcar, levando um total de 11 golos em 12 encontros, cinco na Europa. Aos 30 anos, o avançado formado na Juventus que passou depois por Génova, Torino, B. Dortmund, Sevilha ou Torino continua a ser o abono de família de uma Lazio que joga sem a confiança da última época mas que continua a ser uma equipa complicada de ultrapassar, mesmo quando se coloca a jeito para surpresas.

A precisar apenas de um ponto, a Lazio teve uma entrada forte em campo e inaugurou o marcador pouco depois dos dez minutos, com Correa a empurrar para a baliza deserta após defesa de Mignolet a remate de Luís Alberto (12′). O argentino ainda ameaçou o 2-0 pouco depois mas seriam os belgas a empatarem por Vormer, num lance onde Reina facilitou após tiro de Lang e o capitão fez a recarga (15′). Ficava de novo tudo em aberto até que Ciro Immobile ganhou e converteu uma grande penalidade (27′) e Sobol foi expulso por acumulação de amarelos (39′), perante a irritação de Philippe Clément. Tudo parecia resolvido no Olímpico de Roma, até pelas oportunidades que foram desperdiçadas por Correa, Immobile e Marusic, mas Vanaken fez o golo do empate aos 76′ e Ketelaere teve uma bola na trave já em período de descontos, quando a Lazio com mais um tentava segurar o 2-2.

No outro encontro do grupo, o B. Dortmund carimbou o primeiro lugar do grupo F após vencer com reviravolta o Zenit por 2-1 com golos de Piszczek (68′) e Witsel (78′) depois da vantagem do conjunto de São Petersburgo ao intervalo por Driussi (16′). Sem Haaland e Raphael Guerreiro, duas das ausências no conjunto alemão, a grande figura acabou por ser Youssoufa Moukoko, que se tornou o mais novo de sempre a jogar na Liga dos Campeões desde Babayaro, quando o nigeriano se estreou pelo Chelsea em 1994. Nascido nos Camarões, o avançado de 16 anos que é internacional pelas camadas jovens da Alemanha começou no St. Pauli e mudou-se para o conjunto de Dortmund em 2016, tendo sido protagonista de uma polémica com vários jornais a colocarem em causa a sua idade, algo refutado pelo pai que assegurou que não houve adulteração na data de nascimento.

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