O embaixador de Portugal na Índia, Carlos Pereira Marques, defendeu esta quarta-feira que a União Europeia (UE) precisa de «mais Índia», pelo que o país estará no centro das atenções da presidência portuguesa do Conselho da UE.
Carlos Pereira Marques falava na sessão de encerramento da Cimeira Tecnológica Índia-Portugal, que decorreu nos dias 7, 8 e 9 de dezembro, na qual foram conquistados “ótimos resultados” que abriram “uma nova janela de oportunidades”. “Durante estes três dias surgiram novos projetos em áreas de desenvolvimento transversais e emergiram novas possibilidades de parcerias”, razão pela qual ambos os países podem agora “colaborar de melhor forma”, garantiu.
“A cimeira teve lugar na véspera da presidência portuguesa do Conselho da UE [que começa em 1 de janeiro de 2021] na qual a Índia estará no centro das nossas atenções, por razões económicas, políticas e estratégicas“, frisou o embaixador português na Índia.
Carlos Pereira Marques lembrou que “algumas das prioridades da presidência portuguesa, nomeadamente a transição verde, a transição digital e a resiliência na recuperação pós-pandémica de Covid-19” são também objetivos importantes para Índia.
Isto só mostra como os nossos interesses são complementares e como a ciência e a tecnologia são cruciais para o futuro da índia, Portugal e Europa”, vincou.
“Precisamos de mais Índia na União Europeia”, acrescentou o embaixador português, considerando que esta cimeira representou um “contributo importante” para a discussão da primeira reunião informal entre os líderes da Índia e da UE, agendada para 8 de maio, no Porto.
O embaixador destacou que o mundo enfrenta “tempos muito desafiantes nos quais a partilha de poder e a mobilidade de ideias e investigadores têm um papel muito importante”, considerando que a Cimeira Tecnológica Índia-Portugal “prova que tudo isso é possível”.
A embaixadora da Índia em Portugal, Nandini Singla, reconheceu também a importância da cooperação entre os dois países, sobretudo nas áreas da ciência e da tecnologia, que “são a mais velha e robusta área de cooperação bilateral entre Índia e Portugal”.
Nandini Singla não tem dúvida de que “o facto de a Índia ter escolhido Portugal como convidado [para a cimeira] justifica a rápida expansão desta relação”, que pode “traduzir-se em ideias de negócios e em beneficios económicos mútuos”.