É preciso recuar a 2011/12, há oito anos, para encontrar uma fase de grupos europeia que o Benfica atravessou sem sofrer qualquer derrota. Na altura, também com Jorge Jesus ao leme, os encarnados passaram mesmo aos oitavos de final da Liga dos Campeões no primeiro lugar do Grupo C, à frente do Basileia, do Manchester United e do Otelul, e registaram três vitórias e três empates.

João Ferreira, a provável solução para Jesus que só errou quando foi mesmo obrigado (a crónica do Standard Liège-Benfica)

Oito anos depois, Jorge Jesus voltou a conseguir o mesmo feito mas na Liga Europa. Os encarnados terminaram esta quinta-feira a fase de grupos da segunda competição europeia no segundo lugar do grupo, atrás do Glasgow Rangers, e apesar de não terem perdido um único jogo vão mesmo entrar no sorteio no caminho dos “tubarões”. Ou seja, das quatro melhores equipas que caíram da Liga dos Campeões e dos primeiros classificados dos grupos da Liga Europa. Assim, e no sorteio da próxima segunda-feira, em Nyon, o Benfica pode cruzar com o Manchester United, o Club Brugge, o Ajax ou o Shakhtar Donetsk, todos oriundos da Champions, ou com a Roma, o Arsenal, o Bayer Leverkusen, o PSV, o Nápoles, o Villarreal, o Dínamo Zagreb e o Hoffenheim. A este lote já extenso, vão ainda esta quinta-feira juntar-se os primeiros dos grupos G, H e J, onde as contas ainda não estão decididas e que podem colocar equipas como o Leicester, o AC Milan ou o Tottenham no caminho dos encarnados.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Certo é que, esta quinta-feira, o Benfica foi à Bélgica empatar com o Standard Liège — apesar de ter sido superior em praticamente tudo. Pizzi, o único jogador que Jorge Jesus lançou em todas as partidas da época, marcou o segundo golo encarnado de grande penalidade e igualou Isaías na lista dos melhores marcadores do clube nas competições europeias, ainda muito longe do recordista absoluto Eusébio, que tem 53. Além desse ranking interno, o médio internacional português igualou Yusuf Yazici, turco do Lille, enquanto melhor marcador desta edição da Liga Europa, com seis golos.

Mas a verdade é que esta deslocação à Bélgica também acabou por confirmar os registos sofríveis que o Benfica tem tido defensivamente. A equipa de Jorge Jesus sofreu o primeiro golo do jogo pela sétima vez, a quarta nos últimos cinco jogos, e foi para o intervalo sem vantagem pela nona vez em 16 jogos, sendo que, nos últimos 10, só terminou a primeira parte a ganhar em três ocasiões. Além disso, os encarnados sofreram dois golos num único jogo pela oitava vez esta temporada.

Nas flash interview, Jorge Jesus reconheceu que a equipa “esperava vencer”. “Porque vínhamos a fazer uma fase de grupos muito boa e não perdemos. A ideia era vencer, defrontámos um adversário que quis ganhar. Bom jogo, com várias oportunidades. Importante era o apuramento e não conhecer a derrota. O jogo teve coisas positivas, de que gostei. Estivemos quase sempre bem”, disse o treinador, que garantiu em seguida que não “preferência” pelo próximo adversário, nos 16 avos de final. “Os sorteios têm alguma influência e a sorte ajuda mas às vezes as equipas teoricamente menos fortes… Tenho respeito por todas mas não tenho receio de nenhuma”, atirou.

“Temos feito rotação dos jogadores. Não consegues jogar de dois em dois ou três em três dias sem pôr em risco os jogadores. Colocas o jogador no limite do risco da lesão e tentamos que isso não aconteça. Pizzi, Everton ou Rafa têm jogado quase sempre. Quis resguardá-los. Com o Vilafranquense é outra competição [Taça de Portugal]. Tenho de saber como estão estes jogadores. Os que foram lançados no encontro de hoje estiveram bem, com um desempenho que esperava deles. É ter uma equipa motivada e todos saberem que são importantes”, concluiu Jesus.