Um acordo secreto entre Suíça e China para que espiões chineses pudessem operar no país dos Alpes foi revelado na íntegra, de acordo com o Guardian. Em causa estão entrevistas a suspeitos chineses que a Suíça estaria interessada em deportar.

Assinado em 2015, com a duração de cinco anos, o acordo que terminou esta segunda-feira — e que a Suíça estará interessada em renovar — foi exposto pela Safeguard Defenders, uma organização de direitos humanos asiática. A notícia sobre esse acordo foi dada em agosto, por jornais suíços, mas só agora se conheceu o texto na íntegra.

Segundo o Guardian, a Suíça paga missões de duas semanas a espiões chineses, que entram no país sem estatuto oficial, para interrogar migrantes sinalizados pelas autoridades helvéticas. As identidades dos polícias chineses são mantidas em segredo, bem como os relatórios que produzem sobre essas missões.

A Suíça têm outros 50 acordos de readmissão de migrantes assinados com vários países, mas a Safeguard Defenders alega que neste caso há uma natureza totalmente diferente. O que os agentes chineses fazem durante as duas semanas “não tem qualquer supervisão” para lá do trabalho com as autoridades suíças, critica Peter Dahlin, diretor daquela organização. O que, para este ativista, significa que terão andado a viajar com visto turístico e com acesso a toda a área Schengen — o espaço de livre circulação europeu. “Se foi mantido em segredo, significa que outros governos não saberiam”, diz Peter Dahlin.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR