A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) garantiu esta quinta-feira que os ciberataques de que foi alvo durante duas semanas “não afetam” os calendários de aprovação e de distribuição das vacinas.

A diretora-geral da EMA, Emer Cooke, confirmou que se mantêm as datas para as reuniões finais do Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP), em que se espera que sejam concluídas as revisões dos pedidos de comercialização condicional das vacinas da Pfizer/BioNTech (29 de dezembro) e da Moderna (12 de janeiro).

Depois, serão necessários pelo menos dois dias para que se elabore o relatório final a ser enviado à Comissão Europeia (CE) com as recomendações sobre o fármaco da Pfizer.

“Temos sido alvo de um ciberataque nas últimas duas semanas. Posso garantir que isso não vai afetar os prazos previstos para a entrega das vacinas. Estamos em pleno funcionamento”, sublinhou a diretora-geral da instituição, Emer Cooke.

Em declarações feitas no Parlamento Europeu, Cooke assegurou que, apesar dos ataques, todos os trabalhadores da EMA estão “operacionais” e confirmou que está em curso uma investigação, que conta com especialistas da União Europeia (UE) e da polícia dos Países Baixos, uma vez que a sede da instituição é em Amesterdão.

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Cooke assegurou que, três dias depois de Bruxelas autorizar o uso da vacina, a EMA divulgará na sua página oficial as conclusões para que estejam disponíveis para os cidadãos. É um gesto de transparência “que não se costuma fazer com as outras vacinas”, diz a diretora-geral.

Agência Europeia do Medicamento foi alvo de um ciberataque que pirateou documentos ligado à vacina da Pfizer

Emer Cooke disse ainda que vai ser realizada uma campanha de comunicação em conjunto com a Comissão Europeia para “responder às preocupações” do público, bem como aos seus receios quanto às consequências das vacinas, agravadas por teorias de desinformação e conspiração.

A diretora-geral da EMA acrescentou que sexta-feira será realizado um evento digital onde será explicado o processo de “desenvolvimento, avaliação, aprovação e monitorização da segurança” destas vacinas nos 27, convidando o público interessado a partilhar questões.

Quarta-feira, em Haia, a EMA denunciou ter sido objeto de um “ciberataque” e anunciou a abertura de uma investigação, em colaboração com a polícia holandesa.

No mesmo dia, a farmacêutica norte-americana Pfizer adiantou que, nos ataques à EMA, foi pirateada documentação relacionada com as vacinas contra a Covid-19 da própria empresa e também da BioNTech.

Interpol alerta países para ameaça do crime organizado ligado às vacinas da Covid-19

No dia 2 de dezembro, em Lyon, a Interpol emitiu um alerta global aos seus 194 países membros, incluindo Portugal, avisando para se prepararem contra os ataques das redes de crime organizado que em breve iriam incidir sobre as vacinas contra a Covid-19.