Os trabalhadores de restauração, limpeza, lavandaria e manutenção dos hospitais vão estar em greve a 14 e 15 de dezembro para reivindicar melhores salários e compensações pelo trabalho extra devido à pandemia de Covid-19.

De acordo com Maria das Dores Gomes, coordenadora da Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), afeta à CGTP, a greve de dois dias é acompanhada de uma “concentração simbólica”, com cerca de 50 trabalhadores, frente à Assembleia da República na segunda-feira, pelas 11h00, com o objetivo de “sensibilizar os deputados para a situação destes trabalhadores que não receberam qualquer compensação pelo trabalho na pandemia”.

Na moção que pretendem deixar na Assembleia da República, os dirigentes sindicais vão incluir a exigência de que os trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) sejam incluídos na compensação prevista para os profissionais de saúde que estiveram na linha da frente no combate à Covid-19.

Em comunicado, a federação defende que estes trabalhadores “estiveram na primeira linha nesta fase pandémica”, assegurando alimentação a médicos, enfermeiros, funcionários dos hospitais e doentes, assim como serviços de lavandaria, manutenção ou limpeza, e recebem na sua maioria — 90% dos trabalhadores segundo números sindicais — o salário mínimo nacional, considerados “muito baixos”, defende a federação em comunicado.

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A FESAHT acusa a administração da empresa de ter recusado negociar aumentos salariais em 2020, assim como “aumentos salariais dignos e outras propostas” dos sindicatos no âmbito do Acordo de Empresa para 2020 e 2021.

“Os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos. Os trabalhadores estão confrontados, neste período, com despedimentos, regimes de 12 horas diárias, adiamento das férias, recusa de dispensa ao trabalho para assistência aos filhos, falta de pessoal e rimos de trabalho intensos, falta de equipamentos de proteção individual e coletiva, falta de testes de despistagem da Covid-19, etc”, critica a federação sindical.

Entre as reivindicações que justificam a greve de dois dias agendada para o início da próxima semana estão aumentos salariais, redução do horário de trabalho para 35 horas semanais, melhorias do pagamento do subsídio de risco e do pagamento do trabalho ao fim-de-semana, atualização do subsídio de alimentação, reforço dos quadros de pessoal e fim de ritmos de trabalho intensos, entre outros.