As autoridades separatistas arménias em Nagorno-Karabakh denunciaram este sábado um ataque das forças do Azerbaijão que provocou ferimentos em três dos seus combatentes, numa violação do cessar-fogo negociado no final de novembro sob a égide da Rússia.

Segundo o ministério da defesa do território, o ataque das tropas do Azerbaijão a combatentes arménios ocorreu na sexta-feira à noite, com o tiroteio a resultar em três feridos.

As hostilidades no conflito de Nagorno-Karabakh cessaram no final de novembro, após semanas de nova escalada da violência e de mortes dos dois lados da contenda. O acordo patrocinado por Moscovo acabou por marcar uma rota militar arménia e concedeu ganhos territoriais significativos a Baku.

Paralelamente, uma força de paz russa com cerca de 2.000 soldados foi enviada para a região para assegurar o cumprimento do cessar-fogo.

Durante uma visita ao Azerbaijão esta semana, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, cujo país apoiou abertamente o Azerbaijão e sob o qual houve suspeitas de ajuda material no conflito, defendeu que a “luta” contra a Arménia ainda não terminou.

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“A luta nas esferas política e militar vai agora continuar em muitas outras frentes”, disse Erdogan, num discurso à margem de uma parada militar em Baku.

Apelando aos líderes arménios para “caírem em si” após a sua derrota na guerra das seis semanas, o líder turco assegurou que a reconquista do Azerbaijão de muitos territórios “será o início de uma nova era” nesta região montanhosa do Cáucaso, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), que declarou independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990 que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e EUA), constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas continuaram frequentes.