Tiago Tomás não foi aposta imediata de Rúben Amorim quando chegou a Alvalade por motivos de inscrição mas, em termos internos, todos percebiam que seria uma questão de tempo até o avançado ter espaço para poder ou não provar as boas indicações que deixava nos treinos com a equipa principal. Ainda assim, não chegou a marcar no final da última época (tendo uma bola no poste na Luz frente ao Benfica, na última jornada). Mais do que isso, não se percebia se funcionaria melhor num sistema que tivesse dois avançados móveis com um municiador pelo centro, mais descaído na direita a fazer diagonais para o centro ou mais posicional como 9. Afinal, e passando entretanto para a nova temporada, essa é a mais valia do jovem jogador: adapta-se a qualquer ideia da equipa.

Onde vai Palhinha, vão todos (a crónica do Sporting-P. Ferreira)

Lançado no lugar de Sporar mas tendo também como influência a troca de Bruno Tabata pelo castigado Pedro Gonçalves, o avançado formado na Academia de Alcochete foi o elemento mais decisivo no plano ofensivo frente ao P. Ferreira, marcando um grande golo de pé esquerdo ao ângulo de fora da área (num lance onde podia ter andado mais para a frente mas optou pelo remate) e assistindo o brasileiro para o primeiro golo com a camisola verde e branca. No segundo tempo, Tiago Tomás ainda esteve perto de bisar mas o remate saiu ao lado, o que não tirou um registo único no plantel: marcou nas três competições em que jogou, num total de quatro golos. E é também essa eficácia que ajuda a explicar os números coletivos do ataque leonino nos primeiros 13 jogos da época.

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Ao todo, o Sporting leva um total de 35 golos, numa média de quase três por jogo. Mais do que isso, e deixando de parte a vitória frente a eliminação caseira frente ao LASK Linz na Liga Europa, marcou pelo menos dois golos nos nove jogos na Liga e nos dois na Taça de Portugal. É também esse registo ofensivo que ajuda a equipa a levar uma série de dez jogos consecutivos sem perder, algo que não acontecia desde 2018/19 com Marcel Keizer.

“A mim o que me cabe fazer é trabalhar todos os dias e todas as semanas para ter oportunidades como tive hoje, agarrando-a com tudo o que tenho. Tal como eu, todos os meus colegas sabem que para jogar durante a semana e ao fim-de-semana temos de dar tudo nos treinos. É o que temos feitos. Grande golo? O pé esquerdo de vez em quando dá um jeitaço… Eu vi o guarda-redes a dar uns passos à frente e decidi rematar logo, foi isso”, explicou Tiago Tomás, o sexto esta época a marcar e assistir num jogo, na zona de entrevistas rápidas da TVI24.

“O objetivo foi cumprido. Mais importante do que o golo, chegámos à vitória. Depois do último jogo [em Famalicão], mobilizámo-nos todos assim como os adeptos. Pudemos fazer um grande jogo e agora é manter. O mister está a exigir muito de mim, acredita muito em mim e acho que hoje pude concretizar mas estou mais feliz pelo objetivo cumprido que foi a vitória. Não sofremos qualquer golo e pudemos fazer três. Quando cheguei ao Sporting, entendia que o Sporting tinha de lutar por títulos e, pelo que vejo no nosso plantel, estamos todos mobilizados para isso”, comentou Bruno Tabata, também na flash interview do mesmo canal.

“É uma vitória que não deixa dúvida, com um jogo muito bem conseguido, organização e solidariedade nos momento em que não conseguimos colocar a nossa pressão sobre o adversário. Foi um bom jogo contra uma equipa que não jogou mais porque nós não permitimos. Os golos acabaram por surgir com enorme justiça, a eficácia não surge sem a criação que nós tivemos. Tabata e Tiago Tomás? É o reflexo daquilo que temos dito, a grande mais-valia deste grupo é estarmos todos unidos e envolvidos. Hoje a oportunidade foi para dois jogadores que não estavam tão rotinados mas a resposta foi boa e não esperávamos outra. Jogos como estes de Taça de Portugal têm de ser decididos no momento. O nosso objetivo é pensar eliminatória a eliminatória e depois vencer este troféu”, salientou Emanuel Ferro, treinador adjunto dos leões.