Parece que foi há uma eternidade mas, afinal, passaram apenas nove meses sobre essa famosa frase: já depois de ter ganho Libertadores, Campeonato, Supertaça Sul-Americana, Supertaça do Brasil e Carioca, questionado sobre a contratação de Pedrinho por parte do Benfica, Jorge Jesus não teve dúvidas. “Se me perguntarem se há jogadores no Brasil na mesma posição do Pedrinho melhores do que ele, eu digo que sim. Até há mais do que um, há vários. O [Everton] Cebolinha, o Dudu, o Rony, o Michael, já lhe disse quatro”, atirou em entrevista à Fox Sports, refreando qualquer tipo de maior esperança no antigo médio ofensivo do Corinthians que é agora seu jogador.

Se aquele pé esquerdo de Pedrinho fosse sempre assim, cruzes canhoto (a crónica do Benfica-Vilafranquense)

Mas, fazendo uma retrospetiva, Jesus sabia bem de quem falava. Everton Cebolinha, que era a grande figura então do Grémio, mudou-se para o Benfica a troca de 20 milhões de euros. Michael, o melhor jogador do Campeonato do Brasil em 2019, assinou logo no final desse ano pelo Flamengo com o Goiás a receber cerca de 7,5 milhões de euros. Rony, que se destacou no Athl. Paranaense, já tinha sido assegurado pelo Palmeiras antes e é hoje jogador de Abel Ferreira. Apenas Dudu, apesar de ter 28 anos, teve uma opção que surpreendeu perante as expetativas, jogando hoje no Qatar pelo Al-Duhail por empréstimo de Palmeiras. Pedrinho, esse, continua no Benfica. E, frente ao Vilafranquense, conseguiu aquela que foi a exibição mais conseguida desde que chegou à Luz.

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A tirada de Jesus: “Benfica tem umas instalações top mundial, agora só precisa de ter jogadores top mundial”

Lançado na direita do ataque, lugar que tem ocupado mais vezes quando é chamado nos encarnados apesar de ter experimentado outras opções sobretudo na pré-temporada (onde chegou a jogar mais recuado no corredor central ou no apoio direto ao avançado), o brasileiro de 22 anos fez o primeiro remate com perigo do jogo, assistiu Haris Seferovic no primeiro golo do suíço e marcou o melhor golo da noite, com um tiro em arco de fora da área. Esse momento conseguiu quebrar um jejum de 19 jogos e 1.016 minutos sem marcar entre Corinthians e Benfica, num hiato de tempo prolongado pela paragem devido à pandemia de quase 14 meses (CSA, 31 de outubro).

“O Pedrinho chegou depois de estar seis meses sem jogar… Esteve 14 meses sem marcar? Nem sabia… Precisava dessa confiança. Fisicamente tem de ter jogo, pois tecnicamente é muito evoluído”, referiu Jorge Jesus após o jogo, depois de já ter abordado o golo do brasileiro numa análise mais geral sobre a goleada na Taça de Portugal.

“Fizemos as coisas fáceis. Entrámos muito fortes no jogo. Era preciso tirar o Vilafranquense do jogo, marcando primeiro e não os deixando sonhar. Normalmente, nestas eliminatórias, estas equipas têm sempre o sonho de chegar mais longe. Entrámos com um futebol dinâmico, de qualidade. Fomos muito fortes, marcámos golos bonitos e tirámos completamente o Vilafranquense da eliminatória. Depois a segunda parte foi mais calma, com um bonito golo do Pedrinho, que a pouco e pouco demonstra a sua qualidade. Atingimos o objetivo, com um resultado volumoso e a colocar toda a gente a jogar. Os que têm jogado mais entraram e até acabaram por não entrar tão bem mas o objetivo foi atingido”, tinha sublinhado na flash interview da TVI 24.

“Foi um jogo que o tornámos fácil. O mister disse que nenhum jogo é fácil e que temos de nos conseguir impor e mostrar o nosso futebol com golos, porque é assim que se mostra o respeito pelo adversário. Graças a Deus fizemos um grande jogo e estou muito feliz pelo golo. Os meus pais pediram este golo. A minha mãe, o meu pai, a minha esposa… Dedico a eles ao aos adeptos. Estou muito feliz pelo meu primeiro golo com a camisola do Benfica”, comentou o médio ofensivo brasileiro, também na zona de entrevistas rápidas da TVI 24.