O ministro das Infraestruturas disse, em entrevista à Antena 1, que o Governo pode avaliar a proposta de cortes salariais que os pilotos da TAP apresentaram, para evitar mais despedimentos, e que é similar às condições aplicadas na Lufthansa.

“Nós estamos disponíveis e o sindicato de pilotos da TAP” já fez “uma proposta que tem como objetivo evitar o número de despedimentos que estão previstos no que diz respeito aos pilotos”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista à Antena 1.

“Nós estamos disponíveis para fazer essa avaliação. Ainda não vi [a proposta], aquilo que me disseram é que é proposto um corte maior e nós não estamos fechados a isso, é uma avaliação que se tem de fazer, cortes salariais maiores para se substituir despedimento”, prosseguiu o governante.

Questionado sobre está disponível para avaliar essa possibilidade, Pedro Nuno Santos foi perentório: “Obviamente que estamos”.

“Estamos dispostos a aceitar as mesmas condições que forem aplicadas aos pilotos da Lufthansa. Os meios de produção são os mesmos”, afirmou o presidente do SPAC, Alfredo Mendonça, em conferência de imprensa, em Lisboa, na passada sexta-feira.

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A companhia aérea alemã despediu cerca de 20% dos trabalhadores e fez cortes salariais de 45% no caso dos pilotos e de 25% nos restantes.

Questionado sobre se essa disponibilidade é só a nível dos pilotos, o ministro disse que “não”, embora tenha salientando que “as outras áreas da empresa ganham muito menos, portanto a margem para cortarem salários é também muito menor”.

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Sobre a Portugália, que “no seu global tem 700 trabalhadores”, o ministro disse que “nenhum vai ser despedido”, antes pelo contrário, a empresa vai “precisar de ser reforçada ao longo dos próximos anos”.

Sem avançar números de contratações para a Portugália, Pedro Nuno santos disse que “não pode haver passagens diretas” da TAP para a companhia aérea.

“Vamos tentar privilegiar, ver se é possível do ponto de vista legal, experiência na TAP”, acrescentou.

A Portugália tem três aviões Embraer e vai passar para 26, referiu Pedro Nuno Santos.

O Governo entregou à Comissão Europeia (CE) a proposta inicial do plano de restruturação da TAP, que prevê para o próximo ano um auxílio do Estado de 970 milhões de euros, anunciou o executivo.

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De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios das Infraestruturas e da Habitação e das Finanças, “foi entregue hoje [passada quinta-feira] à Comissão Europeia uma proposta inicial do plano de reestruturação da TAP, ao abrigo da Diretiva Europeia que regulamenta os auxílios de Estado”.

O Governo estima que a TAP tenha condições para começar a devolver os apoios do Estado em 2025, mas até lá poderá ter de receber um valor superior a 3,7 mil milhões de euros, segundo o ministro das Infraestruturas.

Antes, o SPAC e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) tinham apelado ao Governo que negociasse com Bruxelas o adiamento da apresentação do plano de reestruturação da TAP, denunciando que este está baseado em previsões de mercado “completamente desatualizadas”.

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