O Governador do estado brasileiro de São Paulo, Joao Doria, confirmou esta segunda-feira que o Instituto Butantan, órgão de pesquisa que está a testar o imunizante chinês CoronaVac, deverá divulgar o resultado do estudo em 23 de dezembro.

Os cientistas do Instituto Butantan e do laboratório Sinovac, de Pequim, decidiram estrategicamente atender a recomendação do comité científico internacional e concluir os estudos finais da fase três da vacina [CoronaVac] nesta semana”, afirmou.

O instituto “vai solicitar o registo da vacina na Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil no próximo dia 23 de dezembro”, adiantou Dória. “Na prática optar por registar a vacina com o estudo conclusivo garantirá agilidade no pedido de reconhecimento desta vacina. A solicitação ocorrerá de forma simultânea, tanto na Anvisa brasileira quanto no National Medical Products Administration, a agência chinesa de regulação de medicamentos”, acrescentou.

O governador “paulista” também criticou o modo como o governo brasileiro lida com a pandemia de Covid-19.

Temos assistido nos últimos dias novos exemplos do negacionismo do governo federal e de extremistas também. Infelizmente, aqueles que até pouco tempo menosprezavam o vírus, classificando como ‘gripezinha’, ‘resfriadozinho’, agora passaram a criticar o esforço para a vacinação dos brasileiros”, disse Doria.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está envolvido numa disputa política com Doria desde o início da pandemia, antecipando atritos que devem se repetir em 2022, quando ambos devem disputar as presidenciais brasileiras.

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O governador “paulista” comprou 46 milhões de doses da futura vacina chinesa CoronaVac e firmou uma parceria com o fabricante deste imunizante, o laboratório Sinovac, através do Instituto Butantan, para fabricar milhares de doses da vacina no Brasil se for eficaz sem anuência do Ministério da Saúde.

Antigo aliado do Presidente, Doria queria incluir o medicamento, em fase final de testes, no Programa Nacional de Imunização do Governo brasileiro, mas a rivalidade política com Bolsonaro prejudicou as negociações para distribuir a vacina em todo o país, que foram canceladas por ordem do chefe de Estado.

O governador “paulista”, por sua vez, avisou que mesmo sem apoio do governo central iniciará um plano de imunização com a CoronaVac em 25 de janeiro, mas o medicamento ainda não comprovou eficácia nem teve pedido de registo efetivado junto da Anvisa, pelo que ainda não está garantido o seu uso na população.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (181.402, em mais de 6,9 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

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