A história de Licor Beirão está intimamente ligada à da publicidade em Portugal. O fundador da marca, José Carranca Redondo, apostou desde cedo em formas criativas e arrojadas de comunicar o seu produto. Muitas dessas campanhas são, ainda hoje, recordadas com carinho pelo público.

Apenas um ano depois de ter adquirido a fábrica de licores onde trabalhara em menino, José Carranca Redondo pediu um empréstimo para produzir e distribuir cartazes em estradas e cafés de norte a sul do país. Neles anunciava a sua bebida: Licor Beirão. Foi a primeira grande campanha publicitária de uma marca portuguesa. Seguiram-se a construção de outdoors, ainda em madeira, chapéus de papel oferecidos em jogos de futebol, uma majorette censurada pelas autoridades, baloiços patrocinados e autocolantes distribuídos em táxis e em cafés, com mensagens tão fundamentais como “Feche a porta com cuidado” ou “Não se esqueça de apertar as calças”. Nem o slogan provocador “O Beirão de quem todos gostam” terá passado despercebido ao seu alvo indireto, António de Oliveira Salazar.

Tudo somado, em meados do século passado, Licor Beirão era já sinónimo de arrojo e criatividade. De tal forma que a empresa começou a produzir painéis publicitários para outras marcas. E não só: chegou a ser dos maiores fornecedores de sinais de trânsito em fibra de vidro.

Os anos passaram, mas a publicidade continuou – e continua – a ser uma das características mais reconhecíveis de Licor Beirão. Seria possível encher uma cidade inteira só com campanhas que ficaram gravadas na memória coletiva dos portugueses: da voz inconfundível de Tony de Matos ao campino Fernando, interpretado por José Diogo Quintela.

Da pergunta “O que é que se bebe aqui?”, feita por Manuel João Vieira ao país inteiro, às “Soluções à Portuguesa” apresentadas por Paulo Futre, sem esquecer, claro, os presentes natalícios do tempo da troika, oferecidos a Nicolas Sarkozy e Angela Merkel.

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