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O quinto momento foi a solução para os problemas dos outros quatro (a crónica do Benfica-V. Guimarães)

Este artigo tem mais de 3 anos

Benfica nem sempre encontrou respostas para as questões levantadas pela organização defensiva do V. Guimarães, sofreu numa transição mas resolveu mostrando não há enigmas nos penáltis (1-1, 4-1 g.p.).

Pizzi voltou a marcar após sair do banco, levando a decisão para as grandes penalidades onde o Benfica derrotou o V. Guimarães
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Pizzi voltou a marcar após sair do banco, levando a decisão para as grandes penalidades onde o Benfica derrotou o V. Guimarães

Getty Images

Pizzi voltou a marcar após sair do banco, levando a decisão para as grandes penalidades onde o Benfica derrotou o V. Guimarães

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O futebol enquanto jogo divide-se em quatro momentos, de compreensão fácil mas de concretização muitas vezes difícil: organização defensiva, organização ofensiva, transição defensiva e transição ofensiva. Jorge Jesus, há vários anos, defende que acrescentou um quinto momento, a bola parada. E Sérgio Conceição, antigo jogador do técnico em Felgueiras a meio dos anos 90 quando o agora líder do Benfica tentava surpreender os adversários jogando com três centrais/defesas, brincou até com isso numa conferência dizendo que há ainda um sexto momento, que passa pela inspiração individual do jogador. Nas últimas semanas, o que mais se falou foi da transição defensiva e dos erros que deixam os defesas encarnados demasiado expostos mas o treinador prefere agora focar-se noutro.

Benfica vence V. Guimarães nos penáltis e está na Final Four da Taça da Liga

“Temos de ser cada vez mais perfeitos. Fala-se nos quatro momentos do jogo mas ao longo dos anos tenho dito que há cinco momentos do jogo. Desses cinco momentos, um dos que mais vezes o Benfica é solicitado a jogar é o ataque posicional, que é o mais difícil. Nós estamos a sentir que jogo a jogo, independentemente da forma como joga o adversário, joguem com os defesas que eles quiserem, que isso para nós está a ser um momento que estamos a saber adaptar a estratégia defensiva dos adversários”, destacou antes do encontro frente ao V. Guimarães na Luz, mais um sem margem de erro por se tratar de mais uma prova a eliminar como é a Taça da Liga, tendo até esse exemplo dos minhotos que foram perdulários com o Santa Clara e saíram da Taça de Portugal.

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“As surpresas tocam a todos mas isso não quer dizer que a equipa esteja a passar um mau momento porque o V. Guimarães disputa essa classificação, os cinco primeiros. Portanto, isso é um sinal evidente da qualidade individual e coletiva da sua equipa. Vais ser um jogo difícil, não tenho dúvida nenhuma. Jogo a jogo, semana a semana, o Benfica vai ficar mais forte. Cada vez os processos estão a ser assimilados com mais facilidade. Não é fácil a nossa fórmula de passar as nossas ideias em pouco tempo elas serem assimiladas pelos atletas. Cada vez as coisas estão a ser mais fáceis. Acho que vamos novamente acabar por fazer um jogo em termos de ataque posicional muito forte, com várias oportunidades. Vamos pôr a equipa deles a defender mais vezes e a tentar surpreender-nos numa bola parada ou num contra golpe”, anteviu Jesus, numa ideia que ao longo de vários períodos do encontro se confirmou mas com outras nuances ligadas a outros momentos do jogo que tiveram também o seu peso.

“Rei” da Taça da Liga, uma prova que mereceu também comentário do técnico a propósito da sua organização e do seu peso no calendário nacional (“É uma competição com maior prestígio na época e na calendarização e devíamos dar um passo em frente. O que pode acrescentar mais ao vencedor? Alguma coisa sem ser o título? É um caso a ser pensado, ou financeiramente ou ser diretamente apurado para a Liga Europa”, disse), o técnico tinha do seu lado um histórico quase 100% vitorioso nos seis anos em que passou pela Luz, entre 2009 e 2015, ganhando 25 jogos e empatando quatro sem consentir nenhuma derrota nos 90 minutos regulamentares – e perdendo somente nas grandes penalidades em 2012/13, frente ao Sp. Braga. A regra manteve-se mas a missão foi tudo menos fácil. E acabou por ser no quinto momento, a bola parada (neste caso, os penáltis), que Jesus viu premiado o trabalho num dos outros quatro momentos, o ataque organizado, sem ser punido por outro: a transição defensiva.

Ficha de jogo

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Benfica-V. Guimarães, 1-1 (4-1, g.p.)

Quartos-de-final da Taça da Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Benfica: Helton Leite; João Ferreira (Gilberto, 46′), Jardel, Vertonghen, Nuno Tavares; Weigl (Pizzi, 55′), Taarabt (Gabriel, 86′); Rafa (Pedrinho, 67′), Everton, Luca Waldshmidt (Seferovic, 46′) e Darwin Núñez

Suplentes não utilizados: Vlachodimos, Ferro, Grimaldo e Gonçalo Ramos

Treinador: Jorge Jesus

V. Guimarães: Trmal; Sacko, Jorge Fonseca, Mumin, Sílvio; Janvier (Poha, 80′), Miguel Luís (André Almeida, 67′), Pepelu; Marcus Edwards (Quaresma, 71′), Rochinha (Maddox, 80′) e Estupiñán (Lyle Foster, 71′)

Suplentes não utilizados: Jhonatan, Suliman, Mensah e Noah Holm

Treinador: João Henriques

Golos: Estupiñán (16′) e Pizzi (83′, g.p.). Desempate nas grande penalidades: Everton (1-0), André Almeida (1-0, ao poste), Pizzi (2-0), Pepelu (2-1), Gabriel (3-1), Poha (3-1, defesa de Helton Leite) e Seferovic (4-1)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Taarabt (41′), Jorge Fernandes (53′), Miguel Luís (60′), Janvier (76′) e Poha (83′)

Com várias alterações em relação à equipa que iniciou o jogo com o Vilafranquense, deixando apenas Helton Leite, Jardel, Nuno Tavares e Rafa nas opções iniciais, o Benfica teve uma primeira ameaça de Marcus Edwards pela direita do ataque dos minhotos a que não ligou muito – e pagaria por isso. Com mais presença no encontro e Jesus a pedir com sucesso a Taarabt para se mostrar mais ao jogo, Darwin Núñez teve uma primeira ameaça num lance iniciado pelo marroquino (8′) mas seriam os visitantes a inaugurarem o marcador numa transição rápida iniciada de novo em Marcus Edwards, que furou pelo meio-campo contrário, deixou em Rochinha e Estupiñán só teve de encostar na pequena área (16′). Taarabt voltou a puxar a equipa para a frente testando a meia distância para defesa de Trbal mas em 20 minutos percebeu-se as dificuldades que se anteviam para as águias.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-V. Guimarães em vídeo]

Com um bloco mais baixo do que é normal, a linha do meio-campo muito junta à defesa e os dois alas a seguirem sempre as movimentações ofensivas dos laterais encarnados, o Benfica teve algumas boas jogadas coletivas em ataque organizado do meio-campo para a frente (porque bastava Estupiñán descer um pouco mais para anular as saídas em posse de Jardel, Vertonghen e Weigl) mas sem o discernimento nem pragmatismo necessários para criar oportunidades flagrantes de golo, daquelas a pedir apenas o último toque como aconteceu no golo dos minhotos. Rafa, Taarabt e Darwin Núñez tiveram remates com perigo antes de Everton marcar num lance bem anulado por posição irregular no início da jogada (45′) mas o intervalo chegaria com os visitantes na frente.

Jesus começou por mexer logo ao intervalo com as entradas de Gilberto e Seferovic, abrindo o ataque para deixar os centrais minhotos 2×2 com o suíço Darwin Núñez, mas, mesmo com esse reforço da presença na área, o futebol encarnado exagerava na circulação e nos passes curtos e explorava pouco os espaços conseguidos na profundidade sempre que alguma das unidades ofensivas caía para uma das alas. Ou seja, o plano B não resultou. Mas havia um plano C para tentar derrubar a muralha do conjunto de Guimarães, mesmo expondo um pouco mais a defesa mas numa fase em que os minhotos poucas ou nenhumas saídas conseguiam fazer: abdicar de Weigl, lançar Pizzi para o corredor central e recuar Taarabt para a primeira fase de construção. Aí, o Benfica melhorou.

Darwin Núñez, na sequência de um cruzamento da direita em arco de Pedrinho (que entretanto tinha rendido também Rafa), teve uma oportunidade flagrante para marcar com o cabeceamento a passar perto do poste (69′), Pizzi obrigou Trmal a defesa para canto numa das melhores jogadas coletivas com cruzamento recuado de Seferovic e simulação de Everton antes do remate do internacional português (77′). Os vitorianos até tinham conseguido um período no jogo onde esticaram mais a equipa em campo até ao último terço mas o jogo mais partido acabou por beneficiar o Benfica, que aproveitou um erro crasso do recém entrado Poha, a carregar Pedrinho na área, para empatar de penálti pelo inevitável Pizzi (83′). Darwin, por duas vezes (88′ e 90+4′), ainda viu Trmal evitar que tudo se decidisse nos 90 minutos mas, no desempate, os encarnados garantiram mesmo a vitória final: André Almeida acertou no poste, Poha permitiu a defesa de Helton Leite e Everton, Pizzi, Gabriel e Seferovic não falharam e o Benfica assegurou a passagem à Final Four da Taça da Liga, onde já estão Sporting e FC Porto.

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