Um projeto internacional liderado pelo cientista Domingos Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra (UC), obteve 10 milhões de euros de financiamento para o estudo de grandes incêndios florestais, foi esta quarta-feira anunciado.

Intitulado “FirEUrisk – Developing a holistic, risk-wise strategy for European wildfire management” (Desenvolvendo uma estratégia holística e baseada no risco para a gestão de incêndios florestais na Europa), o projeto foi aprovado no âmbito do programa Horizon 2020 da União Europeia (UE) — tópico “Forest Fires Risk Reduction: towards an Integrated Fire Management Approach in the EU” (redução do risco de incêndios florestais: em direção a uma abordagem de gestão integrada do fogo na Europa), afirma a UC, numa nota divulgada.

Este “ambicioso projeto” reúne em consórcio 39 parceiros de todo o mundo – Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chipre, Espanha, Estados Unidos da América, França, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suécia, Ucrânia.

Na Universidade de Coimbra, o estudo vai ser efetuado no Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, envolvendo também equipas das faculdades de Direito (através do Instituto Jurídico) e de Medicina.

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O FirEUrisk, com a duração de quatro anos, tem como grandes objetivos utilizar o conhecimento científico desenvolvido para atualizar os sistemas de avaliação do risco de incêndio florestal, incluindo fatores críticos que não são ainda tidos em conta, propor medidas eficazes para a sua redução e adaptar as estratégias de gestão dos incêndios às mudanças climáticas e socioeconómicas futuras”, sublinha a UC.

Estas metas, explica a equipa de Xavier Viegas, “serão alcançadas em estreita colaboração entre investigadores, utilizadores e cidadãos, integrando novas tecnologias, orientações e recomendações de políticas para melhorar os sistemas e práticas atuais, das escalas regionais às da UE”.

O projeto vai abordar “todos os tipos de incêndios florestais, com foco particular em mega-incêndios, a interface urbano-florestal e os desafios dos incêndios emergentes no norte da União Europeia”.

Trata-se, conclui a equipa de investigadores, de “uma estratégia de gestão centrada no risco”, que “integrará as práticas e políticas de prevenção de incêndios florestais, supressão e restauração, numa estrutura conceitual holística e implementará uma plataforma operacional que apoie a coordenação conjunta, treino profissional e exercícios operacionais, envolvendo várias partes interessadas e abordando todas as tarefas relevantes de gestão de incêndios florestais, para melhorar a proteção dos cidadãos expostos”.