“Nada podia preparar-me para 2020, vamos admiti-lo. Não acho que estou sozinha a dizer isto. Acho que nada poderia preparar-me.” A afirmação de Amber Heard, em entrevista à Sky News, faz certamente referência à pandemia que este ano deixou o mundo em suspenso. Mas em 2020 a atriz de 34 anos não teve apenas de lidar com a doença que já infetou milhões: em simultâneo, enfrentou um processo judicial mediático que expôs por diversas vezes a sua vida íntima, dado o processo movido por Johnny Depp contra o tabloide The Sun, que chamou o ator de “espancador de mulheres”. O ator perdeu este processo, em novembro último.

Foi em 2020 que uma amiga de Amber testemunhou em tribunal contra o protagonista de “Os Piratas das Caraíbas”, afirmando que viu a atriz com um corte no lábio e várias nódoas negras, acrescentando ainda que Amber lhe terá dito que Depp tentou sufocá-la com uma almofada. Johnny Depp processou o The Sun, mas foi Amber Heard quem testemunhou contra o ator e em defesa do tabloide.

“The Stand”. A “super gripe” de Stephen King que gerou uma pandemia

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A entrevista com a atriz acontece a propósito da nova série em que participa, “The Stand”, baseada numa obra do escritor Stephen King, que curiosamente é sobre um mundo dizimado por uma pandemia, por uma “super gripe” — o livro foi transformado numa série de televisão de nove episódios que estreia esta quinta-feira, dia 17 de dezembro, na HBO.

As filmagens quase terminaram em março, um pouco antes de a pandemia paralisar o mundo, mas nem tudo correu de feição, uma vez que foi preciso repetir algumas cenas um pouco mais tarde. “É irónico que tivemos de parar de filmar a nossa série sobre uma pandemia global (…) imediatamente antes de uma”, comenta.

Mas se agora a atriz volta às notícias pelo trabalho, o mesmo não se pode dizer dos últimos meses. A Sky News esclarece que, de momento, Heard não pode comentar muito sobre o processo, uma vez que Johnny Depp pediu recurso do julgamento que não lhe foi favorável e está também a processar a atriz nos EUA a propósito de um artigo escrito há dois anos no Washington Post.

No meio disto tudo, a atriz assinou um contrato para dar conferências pagas sobre os direitos das mulheres e também direitos civis (esses são, pelo menos, os temas expetáveis), uma notícia que foi recentemente avançada pelo Daily Mail. A agência em causa, que tem clientes de renome como os Obama, Oprah Winfrey ou até os duques de Sussex, é a Harry Walker, fundada em 1946. Esta vai ligar Amber Heard a associações comerciais e empresas, sendo que a atriz vai receber por cada uma das suas intervenções cerca de 27 mil euros.

2020 não foi, pelo menos para Amber Heard, um ano só marcado pela pandemia, sendo que a atriz deve voltar à barra dos tribunais na próxima primavera a propósito do outro processo que envolve o ex-companheiro que, entretanto, tornou-se numa espécie de persona non grata em Hollywood, tendo sido inclusivamente afastado na saga cinematográfica “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los”.