O PSD/Matosinhos lamentou esta quarta-feira a adjudicação do prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões porque poderá causar “sérios danos” ao futuro do concelho e o “silêncio cúmplice e concordante” da presidente da câmara.

Dizendo continuar a desconhecer o estudo de impacto ambiental global das obras que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) pretende realizar, o presidente do PSD/Matosinhos, Bruno Pereira, adiantou que só através da análise global e conjugada das diferentes obras se poderá conhecer, com algum rigor, as consequências e impactos reais.

A obra de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões, em Matosinhos, distrito do Porto, foi adjudicada e deverá ser consignada em fevereiro, revelou esta quarta-feira à Lusa o presidente da APDL.

A assinatura do contrato com o consórcio liderado com a Teixeira Duarte, Tecnovia e Dredging aconteceu terça-feira, disse Nuno Araújo.

“Quem deveria estar na linha da frente das preocupações com o futuro do concelho deveria ser a senhora presidente da Câmara Municipal de Matosinhos [Luísa Salgueiro — PS] porque, para isso, os matosinhenses a elegeram”, frisou Bruno Pereira.

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Para o social-democrata, a autarca socialista “esconde-se atrás de um silêncio cúmplice e concordante fruto de uma postura de humilde subserviência para com a APDL”.

“Sabemos que a APDL é uma das mais importantes agências de emprego para ‘boys’ socialistas e sabemos que as obras pretendidas pela APDL representam muitos milhões”, afirmou.

Contudo, entendeu, a primeira preocupação desta autarquia e da sua presidente tem de ser com o bem-estar dos matosinhenses e futuro do concelho.

Bruno Pereira disse esperar que Luísa Salgueiro venha a público dizer que o “seu silêncio concordante significa que assume a responsabilidade pelas consequências terríveis que a teimosia da APDL terá para o futuro de Matosinhos”.

Questões “tão importantes” como esta, que podem mudar a relação de um concelho com o mar, não podem ser reduzidas a meras questões económicas, sublinhou.

Reafirmando a “frontal oposição” do PSD às empreitadas da APDL, o líder social-democrata garantiu que “tudo fará” para as travar.

Antes deste anúncio, o PSD ergueu um cartaz a contestar esta mesma obra onde se lê: “Não ao quebra-mar e ao novo terminal de contentores”.

Reagindo à adjudicação, a Câmara Municipal de Matosinhos adiantou esta quarta-feira que essa era o “passo seguinte” após a emissão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA).

Todos os participantes do grupo de acompanhamento da empreitada de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões tinham conhecimento dos `timings´ [prazos] previstos, ou seja, todos sabiam que depois de publicada a DIA – que deu resposta às questões mais relevantes que saíram do processo de discussão pública – o passo seguinte seria o da adjudicação”, ressalvou.

Por seu lado, o Movimento Diz Não ao Paredão lamentou esta quarta-feira que a obra tenha sido adjudicada sem ter sido reavaliada, conforme recomendação da Assembleia da República ao Governo.