A Rússia e a Síria estão a preparar um programa de cooperação para reanimar a economia do país árabe após 10 anos de guerra, afirmou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

Em relação à restauração da economia síria, já tomámos decisões muito importantes nas últimas semanas que vão aumentar significativamente as capacidades da Síria de organizar o trabalho de forma sistemática”, afirmou Lavrov, em conferência de imprensa com o novo homólogo sírio, Faisal Moqdad.

O chefe da diplomacia russa explicou ainda que o país vai “continuar a prestar assistência humanitária” com a continuação da entrega de “100 mil toneladas de trigo russo”. “Agora estamos a empreender ações concretas e um grande programa estratégico de cooperação económica está praticamente pronto”, prosseguiu.

Moqdad assegurou que o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, “distribuiu essa ajuda em todas as cidades” do país. O enviado das Nações Unidas para a Síria, Geir Pedersen, disse ao Conselho de Segurança, na quarta-feira, que “a situação humanitária de milhões de sírios continua precária e até catastrófica para alguns”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, por sua vez, chamou a atenção para os problemas de entrega de ajuda humanitária no nordeste do país, sobretudo depois de em outubro o governo sírio ter ordenado o Programa Alimentar Mundial (PAM) a parar a entrega de alimentos para 220.000 pessoas de áreas fora do seu controlo.

Lowcock explanou que os preços dos produtos essenciais no país continuam em níveis inéditos desde o início da recolha de dados em 2013 e que, como consequência, até 80% das famílias deslocadas afirmam não ter dinheiro suficiente para cobrir as suas necessidades. Além disso, segundo o responsável, os problemas de desenvolvimento infantil no noroeste da Síria aumentaram em 5% este ano.

Assim, estima-se que 34% das crianças com menos de cinco anos nessa região sofrem dificuldades devido à desnutrição e que nas regiões do nordeste com famílias deslocadas, 37% das mães estão malnutridas.