André Ventura, deputado do partido Chega e candidato presidencial, tem uma foto com Pedro Passos Coelho do seu gabinete (ao lado de fotos com a família e outra de si próprio no Estádio da Luz, além de um busto de Cristo e um galo de Barcelos). Em entrevista ao jornal Expresso, André Ventura diz que “gostava” que Passos Coelho regressasse à vida política ativa. “Quem sabe se um dia poderíamos fazer parte do mesmo governo“, equaciona o candidato presidencial, notando que o ex-primeiro-ministro “era útil à direita” política portuguesa.

“É um homem que admiro e se não retirei [a fotografia no gabinete] antes de [os jornalistas] entrarem no gabinete é porque assumi que é assim”, afirmou André Ventura, que reconhece que tem falado “às vezes” com Passos Coelho – “é um homem que admiro bastante“. “Passos Coelho segurou-me [como candidato a Loures] numa altura em que parte do PSD não queria. E isso vou dever-lhe sempre”, afirma André Ventura.

O candidato presidencial, que tem dado várias entrevistas nos últimos dias, incluindo ao Observador, também aproveitou a conversa com o Expresso para desmentir Rui Rio sobre os Açores. Nunca ninguém falou comigo. Se seguir as notícias no pós-Governo dos Açores, ninguém falou comigo: devo ter decidido tudo sozinho. Sentei-me aqui e pensei: falei com o presidente do governo regional dos Açores, falei com o líder do PSD… Mas deve ter sido tudo da minha cabeça.

Mas com quem falou de facto? “Com o PSD e com os seus dirigentes. Não estou autorizado a dizer… Pediram sigilo”, diz André Ventura, que afirma que o PSD possivelmente terá “vergonha” de André Ventura.

Infelizmente tenho de dizer que sim. Precisam do Chega, mas têm vergonha de dizer que estão a falar com o Chega. Se esta diabolização se mantiver, o Chega não vai parar de crescer por causa disso. E podemos chegar a uma situação ingovernável à direita. Respeito muito Rui Rio, mas tem, provavelmente, mais uma oportunidade na vida para ser primeiro-ministro. Eu ainda terei várias. Portanto, tem de pensar se quer ser primeiro-ministro ou se prefere ficar bem aos olhos do centro político e do politicamente correto. Parece que sou um ativo tóxico…”

André Ventura garante, porém, que nunca haverá entendimento com o PSD sem a castração química de pedófilos e a prisão perpétua.

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