Foi um dos dossiês que o Benfica encerrou logo no início de 2020. Em janeiro, na janela de transferências de inverno, os encarnados emprestaram Gedson Fernandes ao Tottenham. O salto era grande, a diferença entre os dois campeonatos era abismal e a verdade é que o jovem médio tinha perdido influência na Luz depois de ter sido importante na conquista do título em 2019. Ainda assim, a cedência de Gedson por 18 meses tinha um nome decisivo associado.

José Mourinho, que na altura estava há menos de dois meses no Tottenham, parecia ser o treinador certo para receber um jovem médio português, a precisar de rotação e com vontade de trabalhar para ter oportunidades, pelo menos, nas Taças e nas competições europeias. O problema foi que, cerca de dois meses depois de Gedson chegar, o futebol parou. O médio acabou a temporada, já depois da retoma, com participação em 12 jogos, sem qualquer golo e longe de ter tido um início de empréstimo bem sucedido.

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O golpe seguinte apareceu já no arranque da época que está a decorrer. José Mourinho deixou o jogador de 21 anos de fora da lista do Tottenham para a Liga Europa, o que deixou essa competição longe do alcance de Gedson e só confirmou que o português não constava das contas do treinador, tendo cumprido minutos num único jogo da equipa principal esta temporada. Assim, chegamos a dezembro — quando ainda falta cerca de meio ano para o final do empréstimo de Gedson mas, ao que tudo indica, o médio português vai regressar a casa mais cedo.

“Se vai ficar em janeiro ou não, não sei. Ele merece todo o nosso respeito, tal como o Benfica, como um clube amigo, merece o nosso respeito. O que eles decidirem, prevalecerá. A situação é triste, ele ficou de fora da lista da Liga Europa e logo aí perdeu a hipótese de jogar as nove partidas que já disputámos na competição, onde rodámos muitos jogadores. Ficar de fora destes nove jogos acredito que quebre os níveis de confiança”, disse José Mourinho esta sexta-feira, deixando a decisão sobre a continuidade ou não de Gedson em Londres inteiramente nas mãos do Benfica.

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O jovem médio foi importante para Bruno Lage na equipa que conquistou o título nacional em 2018/19

“Estes seis meses tornaram-se muito, muito maus para ele e para nós. Ainda por cima é um jovem que desde que chegou ainda não perdeu um minuto de treino. Mesmo com níveis baixos de felicidade e motivação, tem sido um grande profissional. Por isso espero que venham melhores dias para ele. E virão, com certeza, connosco ou sem nós”, terminou o treinador português. Segundo a edição desta sexta-feira do jornal A Bola, o Benfica já chegou mesmo a acordo para o fim prematuro do empréstimo de Gedson Fernandes ao Tottenham e o médio vai voltar à Luz em janeiro e trabalhar com a equipa de Jorge Jesus. Jesus que, na semana passada, também falou sobre a eventualidade de receber o jovem jogador no plantel.

“Se eles não jogam nessas equipas, mais vale estarem no Benfica. Aprendem muito mais. Saiu o Florentino, não está a jogar [no Mónaco], o Jota não está a jogar [no Valladolid], o Tomás Tavares não está a jogar [Alavés]. Se é para não jogar, é preferível estarem cá. O Gedson não o conheço muito bem, cresceu quando eu estava fora de Portugal. Todos estes jovens saíram para crescer, porque se não jogam na equipa-mãe é importante jogarem”, disse o técnico encarnado, que deve assim receber um jogador que faz a posição 8 que é nesta altura uma das prioridades do Benfica no mercado de janeiro.