O Ministério dos Negócios Estrangeiros português considerou esta sexta-feira que o 200.º aniversário das relações bilaterais com a Argentina é uma “oportunidade para o reforço da cooperação entre os dois países”, numa publicação na rede social Twitter.

“Os ministros passaram em revista as relações bilaterais que, em 2021, celebram 200 anos de existência, constituindo a efeméride oportunidade para o reforço da cooperação em vários setores”, lê-se na nota divulgada, após a videoconferência realizada esta sexta-feira entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o homónimo argentino, Felipe Solá.

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Também a Argentina, num comunicado emitido previamente, frisou que é necessário “aumentar e diversificar o comércio” no 200.º aniversário das relações bilaterais, estabelecidas em 28 de julho de 1821, quando o português João Manuel de Figueiredo, primeiro representante diplomático de Portugal em Buenos Aires, reconheceu a independência argentina, entregando as suas credenciais como agente de relações comerciais.

A publicação do Ministério refere ainda que o encontro diplomático serviu para abordar a presidência lusa da União Europeia (EU), no primeiro semestre de 2021, bem como a presidência argentina já em curso no Mercosul, tendo-se avaliado as vantagens mútuas do acordo de comércio livre firmado em 2019, aos 20 anos de negociações.

O Ministério das Relações Exteriores argentino disse ter um “olhar favorável” sobre a relação entre UE e Mercosul, organização de países da América do Sul, que tem ainda como membros o Brasil, o Uruguai, o Paraguai, e a Venezuela, suspensa desde 2016 por “rotura da ordem democrática”, e espera “incorporar” a Bolívia.

Quanto ao pedido da Argentina para a UE considerar as ilhas que denomina Malvinas “zona de litígio” durante a presidência portuguesa, na sequência das negociações com o Reino Unido para o “Brexit”, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não se pronunciou.

Argentina pede a Portugal que considere Malvinas como “zona de litígio”

Depois de ter apresentado essa reivindicação a outros países europeus, Felipe Solá pediu a Augusto Santos Silva que as ilhas Falkland — designação oficial da Organização das Nações Unidas em todas as línguas, exceto na espanhola (Malvinas) —, deixem de ser consideradas “território ultramarino” do Reino Unido para se tornarem “zona de litígio”.

As ilhas Falkland estão sob domínio do Reino Unido desde 1833 e os habitantes têm plena cidadania britânica desde 1983, um ano depois da guerra que começou com a invasão das ilhas pela Argentina, país que reivindica a soberania do território, e terminou com vitória britânica.