A “fuga para a frente” temida pelo Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) chegou com nomeação do general Luís Miguel Botelho para novo diretor da instituição. Em comunicado, o presidente do sindicato, Acácio Pereira, considera a decisão “um péssimo sinal político”.

Colocar um militar à frente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras é um péssimo sinal político. É estragar e negar mais de 30 anos do mais civilista serviço de segurança e polícia de imigração de Portugal”.

Sindicato dos trabalhadores do SEF lamenta “fuga para a frente”

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Na nota enviada as redações, o SCIF-SEF apela à Assembleia da República que “defendam o SEF enquanto serviço de segurança e polícia integral de imigração ‘civilista’ e ‘humanista'”. Para o presidente, um militarista não é a solução para os SEF, uma vez que considera não servir a segurança de “Portugal ou do espaço europeu”, ao mesmo tempo que não combate a “criminalidade transnacional nem protege as vítimas do tráfico de seres humanos”.

Os inspetores consideram, assim, esta reestruturação uma “fuga para a frente”, pressionada pela morte do cidadão ucraniano Ihor Homenuik, que aconteceu há nove meses nas instalações desta entidade no aeroporto de Lisboa.

O SEF precisa de ser reestruturado e de ser tratado como o serviço civilista e humanista que é. Nas fugas para frente, em que o objetivo é meramente desviar o foco político, quase tudo se destrói e pouco se aproveita”.

Para o SCIF-SEF “já não estamos no PREC”, relembrando que a “tutela militar da democracia portuguesa acabou com a Revisão Constitucional de 1982”. Para Acácio Pereira, “não é com militares que se vai salvar o que há de bom no SEF, que é quase tudo, menos as exceções conhecidas”.

Luís Francisco Botelho Miguel, tenente-general e Comandante-Geral da GNR até julho, foi designado novo Diretor Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na manhã desta sexta-feira.

SEF tem novo diretor nacional: Luís Francisco Botelho Miguel