O antigo vice-Presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, morreu esta sexta-feira em Caracas aos 91 anos de idade, confirmaram membros da sua família.

No dia de hoje, 18 de dezembro de 2020, devido a uma paragem respiratória, faleceu um lutador incansável, o nosso amado José Vicente Rangel Vale. Paz à sua alma”, escreveram os familiares na rede social Twitter.

A morte de José Vicente Rangel, que além de político de esquerda era também jornalista e advogado, teve lugar depois de nos últimos dias a imprensa venezuelana ter dado conta de que a sua saúde se teria deteriorado nos últimos meses devido à idade avançada.

Entre 1960 e 1980, José Vicente Rangel destacou-se como dirigente ativo dos movimentos e organizações políticas de esquerda União Republicana Democrática (URD, extinto), Movimento Eleitoral do Povo — Partido Socialista de Venezuela (MEP – PSV), Movimento ao Socialismo (MAS).

Vicente Rangel integrou ainda o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do governo do falecido Presidente Hugo Chávez e do seu sucessor Nicolás Maduro). Foi ministro de Relações Exteriores da Venezuela (1999 – 2001) e o primeiro civil venezuelano a exercer funções como ministro da Defesa (2001-2004) e vice-Presidente da Venezuela (2002 – 2007) do falecido líder socialista Hugo Chávez, que presidiu entre 1999 e 2013.

Com uma relação muito próxima com empresários madeirenses, inaugurou em fevereiro de 2000, em conjunto com o ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, um busto de bronze do Libertador Simón Bolívar (1783-1830, político venezuelano que se destacou na luta pela independência da Venezuela, naquela região autónoma portuguesa.

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Em 2006 convidou o então primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, a visitar a Venezuela, uma visita que se concretizou em abril de 2008. Em Caracas, reuniu-se com vários políticos portugueses, durante visitas à comunidade local, entre eles o ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga.

Como jornalista, dirigiu os diários La Razón e El Clarín, e escreveu vários artigos de opinião para os diários venezuelanos El Universal, Panorama e o diário 2001. Desde 1990 destacou-se como entrevistador e produtor do polémico programa de televisão “José Vicente Hoy” (José Vicente Hoje).

Distinguido em duas oportunidades com o Prémio Nacional de Jornalistas, Vicente Rangel escreveu vários livros entre eles o “Expediente Negro” com investigações a alegadas violações dos Direitos Humanos ocorridas no país entre 1960 e 1970.