A víuva de Ihor Homeniuk, cidadão ucraniano que foi morto no Aeroporto de Lisboa em março quando estava à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), ainda não conseguiu contar aos filhos que o pai morreu com indícios de tortura e homicídio por agentes do SEF. A revelação foi feita pela própria Oksana Homeniuk em declarações ao jornal Correio da Manhã.
Nas declarações proferidas ao CM, Oksana Homeniuk afirmou: “Os meus filhos não sabem que o pai foi assassinado. Apenas [sabem] que morreu no hospital. Vou ter de lhes contar, mas não sei como é que vão receber a notícia”.
Afirmando ainda ter receio de não conseguir ajudar os filhos “nos estudos” ou “dar-lhes tudo o que eles precisam” depois da morte do marido, Oksana comentou a carta de condolências enviada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, nove meses depois de Ihor ter morrido: “Aquela carta de condolências não tem valor nenhum para mim. Quer tenha sido enviada em abril ou agora, para mim é igual”.
A viúva do cidadão ucraniano morto por agentes do SEF apontou ainda assim sentir-se “grata” por o Estado português ter decidido indemnizá-la antes de qualquer decisão judicial nesse sentido: “Pensei que isto só poderia acontecer depois da decisão do tribunal”.
O que viram (e contaram à PJ) os primeiros socorristas a chegar junto de Ihor Homeniuk