Primeiro Luis Suárez em Salzburgo, depois João Félix no dérbi com o Real. As reações das principais referências do ataque do Atl. Madrid às substituições na segunda parte têm sido um “jogo” dentro do mesmo jogo, sendo que no caso do português gerou inúmeros comentários – e críticas mais abertas, como no caso de Javier Clemente. “O que aconteceu com o João Félix acontece com os jogadores que são figurinhas. O que as figuras têm de fazer é serem os melhores em campo. João Félix é jovem. Em Portugal até descalço era titular mas aqui ainda tem de crescer, ainda é muito macio. Tem uma qualidade enorme e uma técnica individual muito boa mas há alguns jogos em que tem adversários muito duros à sua frente”, disse o antigo selecionador e técnicos dos colchoneros à Marca.

Pontapé na cadeira, ligadura para o chão, mãos na cara: o Atl. Madrid perdeu com o Real mas é da azia de Félix que se fala

Diego Simeone, à semelhança do que já tinha feito com o uruguaio, procurou desvalorizar o episódio. “Têm de lhe perguntar a ele o porquê de ter ficado zangado. Não estou na cabeça dos jogadores. É normal que estas situações aconteçam no futebol porque os jogadores querem jogar e ganhar. Não valorizo em nada. Tudo normal. Percebo, todos os jogadores querem jogar os 90 minutos. Mas têm que lhe perguntar. Querem jogar e dar mais, talvez jogar melhor do que jogaram… Há mil coisas que podem provocar essa insatisfação. Quando tiverem oportunidade, perguntem a todos os que ficaram chateados e assim é uma boa maneira de poder esclarecer”, disse.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com um jogo fácil para a Taça do Rei pelo meio frente ao Cardassar, o Atl. Madrid voltava à Liga após a primeira derrota no plano nacional (segunda da época, a par da goleada sofrida em Munique com o Bayern) numa receção ao Elche marcada também pelo regresso de Diego Costa aos convocados. E a aposta voltou a colocar João Félix e Luis Suárez, os “revoltados” das substituições, na frente de ataque. Com efeitos práticos. Todos os anos Diego Simeone deixa uma frase motivacional para assinalar o Natal e em 2020 escreveu que “a adversidade tem o dom de despertar talentos que pela comodidade estavam adormecidos”. A ideia é sobretudo aplicada a tudo aquilo que foi o ano de 2020 mas foi também assim que os colchoneros regressaram aos triunfos na Liga (3-1).

O encontro começou da melhor forma para o Atl. Madrid mas o VAR acabou por anular aquilo que seria o início desejado pelos comandados de Diego Simeone: João Félix assistiu Luis Suárez numa diagonal, o uruguaio sofreu falta dentro da área, o árbitro assinalou grande penalidade mas o lance acabou por ser invalidado por posição irregular quase milimétrica do avançado (3′). Continuava tudo na estaca zero, com o Elche a jogar sobretudo para esse objetivo e os colchoneros a tentarem inventar espaços onde eles não existiam perante a aglomeração de unidades no setor recuado dos visitantes. Lemar, através da meia distância, tentou furar essa muralha que cairia apenas a quatro minutos do intervalo, numa grande jogada coletiva que teve cruzamento rasteiro de primeira de Trippier da direita com ligeiro desvio de raspão de Suárez na passada ao primeiro poste (41′).

Tudo apontava para que essa vantagem alterasse a tendência do encontro, algo ainda mais adensado pelo segundo golo do uruguaio a aparecer ao segundo poste de carrinho como nos bons velhos tempos de Barcelona a encostar após cruzamento da esquerda de Yannick Ferreira Carrasco (56′). No entanto, bastou uma oportunidade para o Elche reduzir na sequência de um canto por Lucas Boyé (64′) e criar ainda alguma incerteza no resultado perante a incapacidade que o Atl. Madrid revelava em ter posse como fizera até então antes de Diego Costa, de regresso à equipa, ganhar uma grande penalidade e fazer o 3-1 (80′) que encerrou em definitivo as contas de um jogo onde João Félix saiu na parte final (73′) e com queixas físicas que levaram a que fizesse sinal para ser substituído.