Acabado de chegar à zona de entrevistas rápidas após o final do encontro em Barcelos, ainda molhado pela chuva que caiu sobretudo na primeira parte, Jorge Jesus fez uma espécie de abordagem preliminar ao jogo. “Quero dar os parabéns à equipa do Benfica pela vitória e dar os parabéns ao Gil Vicente pelo excelente relvado que tem. É com relvados destes que se pratica bom futebol”, atirou na flash interview da Sport TV, mostrando a habitual atenção a todos os pormenores do jogo sobre um terreno que nem mesmo com a chuvada mais apertada a meio da etapa inicial cedeu em termos de qualidade. Depois, o treinador dos encarnados abordou o jogo, esquecendo os lances de bola corrida travados por Vlachodimos e colocando o enfoque apenas nos lances de bola parada.

Quando Odysseas é a chave com mais um, está tudo dito (a crónica do Gil Vicente-Benfica)

“Na primeira parte criámos algumas oportunidades de golo mas acabámos por não concretizá-las, o que tornou o jogo mais equilibrado. O Gil Vicente defendeu bem, esteve sempre bem organizado, tal como já é normal nas equipas deste treinador que é de Felgueiras. É verdade que com 11 íamos criar algumas oportunidades mas com dez ficou melhor. Depois do 1-0 houve aquela bola parada e aí tanto faz teres menos um ou menos dois, não faz diferença. O Lucas é um jogador que conheço já do Brasil, que estava identificado. O Gil não nos criou problemas sem ser através de bolas paradas. Foi uma boa vitória, mais três pontos. Andávamos há umas jornadas a dar de avanço ao adversário, que marcava primeiro, mas hoje não. Não sofremos e depois controlámos, era a nossa obrigação”, destacou, na análise ao triunfo que quebrou a série de quatro jogos sempre a sofrer.

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“Maior motivação para a Supertaça? É verdade que é o primeiro título da temporada e que não há equipas que não fiquem moralizadas com vitórias… Temos melhorado de jogo para jogo e estamos mais identificados com o nosso modelo. Hoje defensivamente estivemos melhor, fruto também de mudanças no posicionamento dos jogadores. Mas gostei do Gil Vicente, uma equipa que tem um estilo mais agressivo, mas estávamos preparados para esse estilo de jogo”, referiu ainda apontando para o jogo com o FC Porto da próxima quarta-feira em Aveiro mas sem especificar sobre as ausências de Otamendi, Gabriel e Rafa. “Ficaram esses tal como ficaram o Chiquinho, o Todibo, o João Ferreira… Foi exatamente pelo mesmo motivo, ficaram de fora porque são opções minhas e como sou eu quem toma as opções, ficaram de fora”, salientou ainda na zona de entrevistas rápidas.

Mais tarde, na conferência de imprensa, o treinador voltou a falar nas oportunidades concedidas ao Gil Vicente só nas bolas paradas e abordou esse ponto à luz da Supertaça, num novo encontro com o FC Porto que, na última vez, a contar para a final da Taça de Portugal, foi decidido com dois golos de cabeça de Mbemba após livre.

“Quem vai chegar melhor à Supertaça? “Não sou bruxo para dizer quem vai estar melhor na quarta-feira… Que me digam para ir apostar…”, começou por ironizar, antes de falar sobre o rendimento defensivo da equipa. “O Benfica em dez jogos sofreu um golo de bola parada no Campeonato. Se há coisas na defesa que me preocupam não são as bolas paradas. Um jogo não é regra, só com o Farense é que sofremos, descontando livres diretos e penáltis. Por aí, estou satisfeito. Não sofrer golos é um bom indicador mas também é bom sermos a quarta ou a quinta equipa da Europa com mais golos. E foi porque o Liverpool deu sete ou éramos a quarta”, frisou Jesus.

E como os temas voltaram a ser na conferência os mesmos da zona de entrevistas rápidas, o técnico das águias, que enalteceu o rendimento da equipa nas primeiras dez jornadas do Campeonato, fez uma diferenciação entre aqueles jogadores que costumam ser titulares e que esta noite nem ao banco fora. “Também deixei outros de fora como o Chiquinho ou o João Ferreira mas para este jogo achei que devia manter o Jardel porque nos últimos jogos estes dois [com Vertonghen] têm estado bem. O Otamendi veio carregado do jogo da Argentina e, no jogo a seguir, mostrou fadiga muscular. Esse ficou de fora a pensar em quarta-feira, os outros foram por opção”, disse.