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Não há parceiro para a sueca como o trunfo Taremi: Marega que o diga (a crónica do FC Porto-Nacional)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sofreu o penálti que deu o primeiro, assistiu para o segundo. Taremi esteve nos dois golos da vitória do FC Porto frente ao Nacional e é cada vez mais um dos grandes trunfos do baralho de Conceição.

O avançado iraniano fez a assistência para o segundo golo dos dragões
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O avançado iraniano fez a assistência para o segundo golo dos dragões

EPA

O avançado iraniano fez a assistência para o segundo golo dos dragões

EPA

Só no mês de dezembro, o calendário do FC Porto regista oito jogos para cinco competições diferentes. Entre Liga dos Campeões, Primeira Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça Cândido de Oliveira, os dragões enfrentaram e ainda vão enfrentar adversários tão díspares como o Manchester City, o Tondela, o P. Ferreira ou o Benfica. A semana do Natal não é exceção alguma e a equipa de Sérgio Conceição joga este domingo, disputa a Supertaça na quarta-feira na semana seguinte, ainda dentro de 2020, encerra o ano civil com uma visita ao V. Guimarães. E o treinador português não esconde que a gigantesca convivência entre equipa técnica e plantel pode criar algum desgaste.

“É verdade que nove jogos em 20 e poucos dias é bastante. A carga física, emocional, viagens, estágio e levar comigo tanto tempo em vez de estar com as famílias. Isso também cria algum desgaste. Não é que seja uma pessoa muitíssimo divertida naquilo que é o meu trabalho, mas fora sou divertido. Naquilo que é o meu trabalho sou menos. Todo esse desgaste emocional interfere, mas não podemos vir com isso. Somos um clube grande, que quer estar em todas as competições e temos um plantel que nos dá garantias para as diferentes competições. Não nos podemos estar aqui a queixar. Agora, é um facto que cria desgaste e que nos complica a vida. Depois, jogamos em estádios completamente vazios. A seguir a defrontar uma equipa da Liga dos Campeões defrontamos equipas que trabalham bem, com estratégias defensivas bem definidas para não sofrer e com pouco espaço para aproveitarmos para fazer golos. Isso complica”, disse Sérgio Conceição na antecâmara da receção ao Nacional, que aparecia 15 dias depois do último jogo para o Campeonato e com compromissos da Liga dos Campeões, da Taça de Portugal e da Taça da Liga pelo meio.

Ficha de jogo

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FC Porto-Nacional, 2-0

10.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

FC Porto: Marchesín, Nanu, Mbemba, Diogo Leite, Zaidu, Uribe, Sérgio Oliveira (Fábio Vieira, 84′), Otávio (Luis Díaz, 69′), Corona (Grujic, 78′), Taremi (Toni Martínez, 78′), Marega (João Mário, 84′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Sarr, Manafá, Evanilson

Treinador: Sérgio Conceição

Nacional: Daniel, Azouni, Lucas Kal, Pedrão, Vigário, Alhassan (Rúben Micael, 79′), Danilovic (Francisco Ramos, 54′), Rúben Freitas, Camacho (Róchez, 79′), Riascos, Gorré (João Victor, 64′)

Suplentes não utilizados: Riccardo, Koziello, Witi, J. César, Nuno Borges

Treinador: Luís Freire

Golos: Sérgio Oliveira (gp, 21′), Marega (39′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pedrão (20′), a Azouni (63′)

Um recém-promovido Nacional que é comandado por Luís Freire, jovem treinador que trouxe os madeirenses para a Primeira Liga depois de se notabilizar ao serviço do Pêro Pinheiro, do Mafra e do Estoril. Um técnico que, apesar de ter uma carreira realizada praticamente na íntegra nas divisões inferiores, não deixou de merecer rasgados elogios por parte de Sérgio Conceição. “Todos os treinadores que têm percursos de divisões inferiores têm sempre uma aprendizagem fantástica e outros na formação também. Dou muito valor. Por isso é que gosto tanto de ir ver jogos dos escalões inferiores. Até nos Distritais sabem montar bem as suas equipas. Às vezes não olhamos de forma séria para esses escalões e trabalham bem. Parabéns pelo seu projeto. Sou admirador confesso do percurso desses treinadores”, explicou o técnico dos dragões, que apresentava algumas surpresas no onze inicial contra os madeirenses.

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Logo à partida, a presença de Nanu, que foi titular no jogo da Taça da Liga contra o P. Ferreira e voltava a merecer a aposta de Sérgio Conceição, com Manafá a ficar no banco. Depois, a ideia de que Diogo Leite terá mesmo conquistado o lugar a Sarr: o jovem central voltava a começar de início no eixo defensivo, ao lado de Mbemba, depois de ter sido titular nas últimas três partidas para as outras competições. Zaidu regressava ao onze, após ter falhado o último encontro por lesão, e Taremi voltava a ser aposta no ataque em conjunto com Marega e Corona, ficando Luis Díaz novamente na condição de suplente. Do outro lado, no banco de suplentes, estava Rúben Micael, experiente médio que foi campeão nacional pelo FC Porto.

A entrar em campo ao início da noite no Dragão, o FC Porto jogava já depois dos principais rivais — ciente de que tanto Sporting como Benfica já tinham vencido nesta jornada e que só uma vitória mantinha as distâncias e garantia que o Sp. Braga, independentemente do resultado que fizer na terça-feira com o Rio Ave, continuava atrás na classificação. Contra um adversário da segunda metade da tabela e com apenas duas vitórias desde o início do Campeonato, os dragões podiam então somar a quinta vitória seguida para todas as competições e chegar à 11.ª partida consecutiva sem perder.

O jogo começou sem grande intensidade e o primeiro lance de perigo da partida apareceu por intermédio de Diogo Leite, que cabeceou para as mãos de Daniel Guimarães depois de um canto batido por Otávio na direita (6′). Os dragões assumiram naturalmente o controlo das ocorrências mas demonstravam pouca capacidade de criar ocasiões de golo, permanecendo algo afastados da grande área adversária. O Nacional, totalmente recuado no próprio meio-campo, estava a conseguir obrigar a equipa de Sérgio Conceição a lateralizar a posse de bola, ocupando o corredor central com muitos elementos e anulando os espaços que o FC Porto poderia aproveitar para criar desequilíbrios. De forma lógica, o primeiro golo dos dragões acabou por aparecer através de um dos poucos momentos em que os madeirenses permitiram a presença de jogadores adversários na faixa central.

Taremi estava a entrar na grande área para receber de Corona quando foi derrubado em falta por Pedrão. Na conversão da grande penalidade, Sérgio Oliveira não falhou (21′) e chegou ao oitavo golo da temporada e ao quinto na Liga, o melhor registo do internacional português no Campeonato. O FC Porto tentou capitalizar a vantagem obtida na primeira parte com dois lances em que esteve perto de aumentar os números no marcador — um remate por cima de Taremi (29′) e uma jogada em que Marega fintou em vez de rematar (31′) — mas acabou por ser o Nacional, a partir da meia-hora, a adquirir algum ímpeto. A equipa de Luís Freire equilibrou a partida, encurtou os espaços para a primeira linha defensiva dos dragões e provocou alguns erros no adversário, chegando a assustar Marchesín com um remate fraco de Gorré depois de uma boa transição rápida (35′).

O momento positivo do Nacional, porém, durou pouco. A eficácia do FC Porto voltou a aparecer ainda antes do final da primeira parte, por intermédio de Marega: o avançado maliano recebeu de Taremi, que aproveitou um alívio deficiente de Pedrão, e desviou de forma brilhante à saída de Daniel Guimarães (39′). Sérgio Oliveira ainda rematou para defesa do guarda-redes dos madeirenses antes do intervalo (42′) mas o resultado não voltaria a alterar-se, com o FC Porto a descer aos balneários do Dragão com uma vantagem confortável. Mais do que isso, a equipa de Sérgio Conceição descia aos balneários do Dragão com a certeza de ter mais do que um golo de vantagem ao intervalo pela primeira vez esta época, de não estar a permitir praticamente nada ao adversário e de estar a conseguir parar as tentativas de transição rápida do Nacional — um pecado que, nas últimas semanas, custou alguns golos aos dragões.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Nacional:]

Na segunda parte, o FC Porto entrou com menor intensidade e velocidade, com o objetivo subjacente de controlar tranquilamente a partida sem necessidade de grandes esforços. Luís Freire, consciente disso mesmo, tirou Danilovic para lançar Francisco Ramos e o jovem jogador acabou por oferecer outra criatividade à construção madeirense. O avançar do relógio ia arrastando a partida e os dragões, para além de parecerem não ter grande vontade de chegar ao último terço adversário, estavam muito displicentes na zona defensiva, permitindo espaços ao Nacional que na primeira parte eram totalmente controlados pela equipa de Sérgio Conceição.

Sérgio Conceição que, pelo menos aparentemente, não estava nada contente com o que ia vendo. O treinador do FC Porto ia abrindo os braços, muito descontente, e fazendo inúmeras perguntas ao adjunto Vítor Bruno, claramente sem entender o motivo pelo qual a equipa estava tão apática. A primeira mexida nos dragões apareceu de forma forçada, já que Otávio teve de sair depois de ficar queixoso na sequência de um duelo, e o treinador português colocou Luis Díaz em campo. Nesta altura, a cerca de 20 minutos do final, o FC Porto ainda não tinha o jogo totalmente resolvido e o Nacional parecia acreditar que, se fizesse um golo, poderia ainda lutar pelo resultado.

Ainda assim, os madeirenses não tinham capacidade suficiente para causar perigo na grande área de Marchesín e o guarda-redes argentino foi um mero espectador durante a segunda parte. Sérgio Conceição voltou a mexer a pouco mais de dez minutos do fim, ao tirar Taremi e Corona para fazer entrar Toni Martínez e Grujic — sendo que o mexicano saiu com queixas no joelho direito na sequência de um choque com Daniel Guimarães. Até ao final, o FC Porto passou a atuar em 4x3x3, reforçando o meio-campo que era a chave para manter os números no marcador, e acabou por garantir a quinta vitória consecutiva para todas as competições.

Os dragões voltaram a ganhar, venceram agora dez dos últimos 11 jogos e mantiveram as distâncias para Sporting e Benfica, garantindo desde já que o Sp. Braga não será mais do que quarto no final da jornada. Na antecâmara do jogo com o Benfica para a Supertaça, a grande má notícia para Sérgio Conceição poderá ser a condição física tanto de Otávio como de Corona, dois elementos preponderantes na equipa que saíram lesionados da receção ao Nacional. Uma receção onde os golos foram dos suspeitos do costume, Sérgio Oliveira e Marega, mas onde Taremi voltou a mostrar que é o melhor parceiro que existe para jogar à sueca: sofreu o penálti que deu o primeiro golo, fez a assistência para o segundo e continua a libertar o avançado maliano com a presença forte que tem no último terço adversário. E é, cada vez mais, um dos grandes trunfos do baralho do FC Porto.

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