A Câmara do Porto retirou esta segunda-feira a proposta de hasta pública para arrendamento de dois pisos do parque de estacionamento do Silo Auto, depois de o PS ter defendido a concessão total do edifício, solução que vai ser agora estudada.

“Sou sensível ao argumento de Dr. Manuel Pizarro. Acho que não teria mal que a concessão seja pela totalidade do edifício”, afirmou, acrescentando que o novo procedimento deverá permitir que possam associar-se agrupamento de empresas.

A maioria pretendia lançar uma hasta pública de arrendamento não habitacional para o 7.º e 8.º piso do Silo Auto, pelo valor base de licitação de 12.250 euros, sendo que o arrendatário ficava a obrigado a substituir a cobertura e a reabilitar e adaptar os pisos em causa.

Mostrando-se surpreso com a proposta apresentada pela maioria, o vereador socialista Manuel Pizarro disse ter dúvidas que o edifício pudesse funcionar de forma adequado sem um projeto global, tendo defendido a elaboração de um estudo que analise uma concessão sobre a globalidade do edifício.

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Em resposta ao vereador, o presidente da autarquia disse ser sensível ao argumento e sugestão apresentada, pelo que retirada a proposta, iria pedir aos serviços um estudo económico aprofundado com base num modelo de concessão global do edifício.

Rui Moreira lembrou, contudo, que no passado já tinha havido uma tentativa de concessionar o edifício, mas não houve interesse do mercado.

Acrescentando que ao longo dos anos surgiram algumas sugestões e proposta para dar um uso diferente aquele espaço, como a criação de um espaço de co-working ou de uma praça de alimentação com bares e restaurantes, o independente revelou que recentemente surgiu o interesse da TVI.

Segundo o autarca, a estação de televisão invocou que estava de partida para outro concelho, mas que gostaria de no Porto, pelo que estava disponível para uma negociação direta, contudo, foi seu entendimento que o mercado devia ser escrutinado até porque à outra instituição do Porto, o Jornal de Notícias, que vai abandonar as suas instalações atuais.

“Não há aqui nenhum favorecimento”, declarou, comentando uma notícia do Correio da Manhã que falava numa troca de favores entre a estação de televisão e o autarca, que recentemente tinha um espaço de comentário.

Também o vereador do PSD, Álvaro Almeida mostrou-se contra uma hasta pública que “parta” o edifício em dois, tendo insistindo num modelo que pense o edifício como um todo.

O social-democrata salientou que tinha já demonstrado a sua oposição à decisão de transferir a gestão do Silo Auto para a empresa municipal de Educação e Desporto, Ágora, defendendo uma gestão integrada de todos os parques de estacionamento municipais, pelo que “muito menos” iria concordar com uma hasta pública que partisse o edifício em dois.

Já a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, referiu que era sua expectativa que, sob a gestão da Ágora, o Silo Auto pudesse ser utilizado com objetivos culturais, servindo, por exemplo, companhias de teatro independente, entre outras.

Em resposta àquela força política, Rui Moreira indicou que não considera adequado uso daquele espaço para fins culturais salientando que existem outros espaços da cidade que estão a ser reabilitados, como é o caso do Cinema Batalha.