Eram seis os nomeados para a Personalidade Desportiva de 2020 para a BBC. Contudo, o vencedor estava decidido praticamente desde o primeiro instante. Lewis Hamilton foi considerado o melhor atleta do ano no Reino Unido e juntou mais um troféu a um 2020 que lhe trouxe o sétimo Mundial de Fórmula 1 e a comparação derradeira com Michael Schumacher.

“Gostava de dar os parabéns a todos os incríveis nomeados. Estou tão orgulhoso de tudo o que alcançaram e quero agradecer a todos aqueles que votaram em mim. Não estava à espera disto, tendo em conta que existem tantos ótimos candidatos. Quero desejar um Feliz Natal a toda a gente. Tem sido um ano tão surreal e quero deixar uma palavra a todos os trabalhadores da linha da frente a todas as crianças no mundo inteiro. Quero que tentem manter-se otimistas durante este tempo difícil e estou a enviar esse otimismo. Obrigado, do fundo do coração”, disse o piloto inglês, que já tinha sido distinguido pela BBC em 2014 e já esteve na shortlist noutras quatro ocasiões.

Apesar do Mundial de Fórmula 1 conquistado sem grandes sobressaltos — ganhou 11 dos 17 Grandes Prémios –, o piloto de 35 anos garante que não estava à espera da distinção. “Há tantas boas histórias por aí. Não estava mesmo à espera. O coração está sempre aos saltos naqueles últimos segundos antes de anunciarem o vencedor porque não temos ideia absolutamente nenhuma de quem vai ser chamado. Mas estou muito, muito, muito grato ao público britânico. Isto é uma grande ajuda para conseguir ter o melhor Natal possível, tendo em conta as circunstâncias”, acrescentou Lewis Hamilton, que ficou à frente de Jordan Henderson, capitão do Liverpool, e a jóquei Hollie Doyle. O pugilista Tyson Fury, o jogador de críquete Stuart Broad e o jogador de snooker Ronnie O’Sullivan eram os restantes nomeados.

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Ainda assim, 2020 foi também o ano em que o piloto inglês testou positivo para a Covid-19, falhando a penúltima corrida do Mundial, e teve algumas dificuldades para ultrapassar a doença — como ficou notório pelas declarações de Toto Wolff, diretor de equipa da Mercedes, que deixou logo a ideia de que os primeiros dias de sintomas tinham sido “difíceis” para Hamilton. Já esta segunda-feira, no Instagram, o campeão do mundo confirmou isso mesmo enquanto partilhou uma fotografia no ginásio. “Perdi seis quilos nos últimos dois meses, quatro dos quais quando tive Covid-19. Perdi muito músculo e começo agora a trabalhar de um ponto muito baixo a nível de força. Não é divertido, mas estou determinado a ganhar a minha força de volta e a ficar a 100% de novo”, escreveu, depois de no fim da última etapa do Campeonato do Mundo ter confessado que estava “destruído” e que nunca se tinha sentido tão mal fisicamente.

Como Schumacher nos títulos, como Senna no impacto, único nas causas: Lewis Hamilton, um fenómeno à parte na Fórmula 1

Os prémios da BBC distinguiram ainda Marcus Rashford, avançado do Manchester United, com o Expert Special Panel Award pelos feitos do jovem jogador no que toca à luta contra a fome infantil no Reino Unido. Jürgen Klopp foi considerado o treinador do ano, tal como o Liverpool foi a equipa do ano, e Andrea Spendolini-Sirieix, atleta de apenas 16 anos dos saltos para a água, levou para casa o troféu de Personalidade Desportiva Jovem.