Os três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em prisão domiciliária, suspeitos de terem provocado a morte de Ihor Homeniuk nas instalações do aeroporto de Lisboa, continuaram a utilizar o telemóvel até abril, vários dias depois de terem ficado em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, revela o Público.

O primeiro mandado de apreensão aos telemóveis dos inspetores foi emitido a 3 de abril. Duarte Laja e Bruno Sousa acederam imediatamente a entregar os aparelhos, que foram apreendidos cinco dias mais tarde. Luís Silva recusou entregar o telemóvel às autoridades e, por isso, continuou com ele até 23 de abril.

Mas os três inspetores já estavam em prisão domiciliária desde 30 de março. De acordo com o Público, a Polícia Judiciária (PJ) terá permitido que continuassem com os telemóveis para intercetar conversas dos inspetores entre si ou com outros colegas e recolherem mais dados sobre o alegado homicídio de Ihor Homeniuk.

Já foi detetado “um pequeno grupo secreto” no Telegram em que outros membros do SEF dizem estar-se “a mexer” para ajudar os três inspetores. Segundo o Público, numa troca de mensagens, um dos arguidos terá questionado outro participantes sobre quantos câmaras de vigilância há no centro de instalação temporária, “exceto na sala dos médicos do mundo”, onde Ihor Homeniuk terá sido agredido.

A pessoa terá respondido que são 12 câmaras, uma delas estragada, descrevendo até onde ficam; e revela ainda que terá sido pedida a preservação das imagens captadas por elas. O arguido terá afirmado então: “Deveria ser visível as outras agressões que ele sofreu”, o que leva a colega a aconselhar o inspetor a passar as imagens “a pente fino”.

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