Proibição de circulação entre concelhos em todo o território continental entre o dia 31 e 4 de janeiro, recolher obrigatório em todo o país a partir das 23h, recolher obrigatório entre 1 e 3 de janeiro em todo o país incluindo concelhos de risco que não estejam no nível mais elevado. Se no Natal ainda houve alguma abertura por parte do governo para que as famílias pudessem passar a quadra em família dentro do bom senso de evitar aglomerações desmedidas próprias da altura e cumprir as regras sanitárias já conhecidas, a passagem de ano terá agora regras bem mais apertadas por forma a evitar nova subida abrupta do número de novos casos de infeções por Covid-19 ou mesmo uma terceira vaga, com reflexo imediato na pressão dos internamentos em enfermaria ou UCI. Esta é a realidade em Portugal na próxima semana. Esta é uma realidade que nada tem a ver com o “país Neymar”.

Fora das opções do PSG (que não de Thomas Tuchel, despedido em vésperas de Natal e ainda sem confirmação oficial da rescisão ou do sucessor) por lesão, depois de uma entrada dura do compatriota Thiago Mendes no jogo frente ao Lille, o avançado viajou para o Brasil para passar alguns dias de férias com a família. Até aqui, apesar de alguns clubes não permitirem que este ano seja assim neste período, tudo normal. O problema são mesmo os planos do internacional para passar o fim de ano. Entre o escândalo, já se fala num Neymarpalooza, alcunha que recupera o mediático festival de Lollapalooza que, como tantos outros, não se realizou em 2020.

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De acordo com a imprensa brasileira, o jogador está a organizar uma festa de cinco dias para celebrar a entrada no ano de 2021 na mansão que tem no Rio de Janeiro. Ou melhor, num local anexo à casa, em Mangaratiba, que será construído só para a ocasião, numa cave, e com isolamento acústico para não perturbar os vizinhos. Alguns detalhes conhecidos: foram feitos cerca de 500 convites, os telemóveis são proibidos para que nenhuma imagem da festa passe para o domínio público e já existe uma série de artistas contratados para animar as noites, casos de Léo Santana, Ludmila, Grupo Menos é Mais, Harmonia do Samba, Wesley Safadão, Alexandre Pires, Kevinho ou Jeito Moleque. A festa terá começado este sábado e irá prolongar-se até à madrugada de sexta-feira.

“Vai malandro”. A grande farra de Neymar, agora no Carnaval do Rio

A notícia da festa de Neymar tornou-se entretanto assunto nacional, tendo em conta o atual contexto de pandemia e os números da segunda vaga no Brasil (o número total de infetados desde março aproxima-se dos 7,5 milhões de pessoas). Mais: o país já tem a Covid-19 como principal causa de morte em várias zonas. Também por isso, alguns estados e municípios adotaram regras mais rígidas para esta altura do ano, como São Paulo ou Rio de Janeiro, as duas zonas mais fustigadas pelo novo coronavírus. Também por isso, os pormenores que se conhecem do plano de festividades do jogador geraram grande revolta, o que pode levar a que tudo seja cancelado.

De acrescentar que o evento foi organizado de forma secreta durante vários dias pela agência e produtora de eventos do Rio de Janeiro Fábrica, que conta com vários amigos próximos de Neymar. Só mesmo na véspera do primeiro dia de festividades é que surgiu a primeira informação pública do que estava a ser preparado, algo que não terá caído bem à organização que considerava ser possível fazer algo desta dimensão sem que ninguém soubesse a não ser os próprios, os vários artistas contratados e as 500 pessoas convidadas.